Jornalismo é indicado ao prêmio Nobel da Paz


04/02/2021


Sob coordenação do ICIJ, o trabalhou originou uma série de reportagens investigativas publicadas em 2020, que revelaram como alguns dos maiores bancos do mundo permitem que criminosos movimentem ilegalmente dinheiro sujo.
No Brasil o site Poder360 e as revistas Época e Piauí estão entre os veículos que participaram da investigação jornalística desse vazamento, batizada de FinCen Files.
Outra investigação jornalística de destaque coordenada pelo ICIJ foi realizada em 2016 e ficou conhecida como Panama Papers. Ganhadora do prêmio Pulitzer, a série de reportagens  expôs a indústria de finanças offshore a partir de um vazamento de milhões de arquivos com detalhes de redes financeiras secretas ligadas a pessoas ricas e poderosas, incluindo criminosos, celebridades e líderes políticos.
Repórteres Sem Fronteiras e CPJ
Nesta terça (2), o líder trabalhista do congresso norueguês Jonas Gahr Støre fez três indicações ao Nobel da Paz, todas ligadas ao jornalismo. Entre elas está a jornalista filipina Maria Ressa, criadora do site de notícias Rapler e crítica do governo do presidente Rodrigo Duterte. A ONG Repórteres Sem Fronteiras e o Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ) também foram indicados pelo parlamentar ao prêmio.
“A Repórteres Sem Fronteiras e o Comitê de Proteção a Jornalistas são as duas principais organizações do mundo na promoção da liberdade de imprensa e na proteção dos jornalistas. Um prêmio Nobel para essas entidades será o reconhecimento ao importante trabalho que elas realizam, além de reconhecer o trabalho de milhares de jornalistas que trabalham sob ameaças”, disse Støre.
Quanto à filipina Maria Ressa, o norueguês lembrou que ela se tornou um símbolo global da defesa da liberdade de imprensa e de expressão. Além de ter coberto o sudeste asiático para a CNN por duas décadas, Ressa ganhou notoriedade por reportagens publicadas na Rappler denunciando os assassinatos extrajudiciais promovidos pelo presidente Rodrigo Duterte como parte da política de combate às drogas nas Filipinas.
Em retaliação a seu trabalho, a jornalista está sendo alvo de perseguição judicial e pode ser condenada a décadas na prisão.