Governo egípicio elogia Trump por críticas à mídia


07/02/2017


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O Ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry

O Ministério das Relações Exteriores egípcio elogiou nesta terça-feira o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por criticar os meios de comunicação que, segundo ele, ignoraram ou informaram pouco sobre uma série de ataques terroristas ocorridos no mundo.

 O porta-voz da Chancelaria egípcia, Ahmed Abu Zeid, elogiou em comunicado a crítica de Trump em seu discurso de ontem, quando disse que alguns veículos de imprensa tinham informado pouco ou mal sobre “78 atentados terroristas, entre eles nove no Egito”.

Zeid considerou que estas críticas estão na linha com os pedidos do Egito de adotar uma estratégia “global, coerente e não seletiva” na luta antiterrorista, e desejou sucesso aos EUA em suas tentativas de liderar uma mudança no tratamento dado a este fenômeno no seio da comunidade internacional.

Além disso, o responsável egípcio criticou a cobertura dos atos terroristas de alguns veículos de imprensa, que segundo ele se baseiam na “seletividade e parcialidade”, e ressaltou que, em algumas ocasiões, a imprensa ocidental usou os atentados para acusar as autoridades do Egito de cometer “descuidos” em segurança.

Trump afirmou esta segunda-feira, em discurso em uma base aérea na Flórida, que “chegou a um ponto no qual nem se queira informam. Em muitos casos, a imprensa muito, muito desonesta não quer informar disso “, em alusão aos atentados terroristas.

Mais tarde, a Casa Branca divulgou à imprensa americana uma lista de 78 atentados terroristas nos quais, segundo sua opinião, os veículos de imprensa não deram uma cobertura suficiente.

Nessa lista, publicada por veículos de imprensa americanos, figuram nove ataques ocorridos no Egito, entre eles o avião russo acidentado no Sinai com 224 pessoas a bordo em outubro de 2015.

O presidente egípcio, Abdul Fatah al Sisi, admitiu em uma ocasião que o avião russo foi derrubado, mas, hoje, os investigadores ainda não ofereceram sua versão, por isso que o acidente não foi considerado pelo Egito como um atentado terrorista de forma oficial.

A maioria dos últimos atentados ocorridos no Egito se concentram no Sinai, uma região na qual opera a filial egípcia do Estado Islâmico (EI) e onde as autoridades vetaram o acesso à imprensa.

Informações da Revista Exame