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Ernesto Che Guevara recebe homenagem póstuma na ABI


21/09/2017


Jesus Chediak, Bolívar Meirelles, Lincoln Penna, Valmíria Guida e André Borges

O guerrilheiro e líder socialista Ernesto Che Guevara, morto em outubro de 1967, recebeu in memoriam a Medalha Abreu Lima 2017, concedida pela Casa da América Latina a grandes nomes que integraram e integram a luta pela hegemonia latino-americana.

Durante a cerimônia, que lembrou os 50 anos da morte de Che e os 10 anos da Casa da América Latina, o filho mais novo de Che, o advogado Ernesto Guevara March, recebeu a medalha das mãos da jornalista Olga de Assis.

A medalha, entregue em uma cerimônia na sede da Associação Brasileira de Imprensa no último dia 20 de setembro, já foi concedida a nomes como o escritor Gabriel Garcia Marques, o advogado Modesto da Silveira e ao ex-presidente de Cuba Fidel Castro.

A mesa debatedora foi composta pelo presidente da instituição, Bolívar Meirelles, pelo presidente do Conselho Raimundo de Oliveira, pela subsecretária Valmíria Guida, o Diretor de Cultura e Lazer da ABI Jesus Chediak pelo poeta André Borges e pelo historiador Linconl Penna.

A jornalista Olga de Assis entregou a medalha Abreu Lima a Ernesto Guevara March

Bolívar Meirelles relembrou que a criação da medalha foi uma homenagem a Abreu Lima, um personagem da história do Brasil que não é reconhecido, mas um herói que lutou ao lado de Simon Bolívar pela libertação da colônia espanhola e que, sempre teve um espírito combativo e patriota. “Um latino-americano na essência”, disse.

O poeta André Borges abriu o encontro recitando uma poesia em homenagem, a Che Guevara. Raimundo de Oliveira, por sua vez, observou que o Brasil está vivendo um retrocesso em sua história mas que é um momento que vai passar. “A maneira de se combater essa situação política e institucional é enfrentar isso com debates e troca de ideias e experiências. E a luta continua”.

Valmíria falou sobre a trajetória e ideal da Casa da América Latina e sobre a medalha Abreu Lima. “Ao contário de nossos irmãos hispânicos, nós temos uma visão muito europeia. Além da influência muito forte da cultura norte-americana. Nossa missão também é despertar o sentimento de patriotismo”.

Para Lincoln Penna, historiador e professor aposentado da UFRJ o guerrilheiro é uma das maiores lideranças históricas da história e deve ser um referencial para os latino-americanos na luta pela independência e na defesa contra o imperialismo. “Hoje estamos vivendo um período difícil da humanidade, quando o grande capital financeiro está devorando a dignidade dos povos. O que enfrentamos hoje é mais do que uma ditadura. Creio que todos temos uma tarefa maior de denunciar e combater esse inimigo com o sentimento de pertencimento. Temos que ter Che como referência na ação libertadora das américas”