Educação ambiental é destaque na III CNMA


12/05/2008


Após cinco dias de debates e 650 propostas aprovadas, encerrou na madrugada deste domingo, 11, em Brasília, a terceira edição da Conferência Nacional do Meio Ambiente (CNMA), que debateu as mudanças climáticas no planeta e reuniu mais de 1,2 mil delegados de todo o País, entre eles a jornalista Zilda Ferreira, representante da Associação Brasileira de Imprensa junto ao Comitê de Política Nacional para Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do MEC.

Na avaliação do coordenador do encontro e Secretário de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Hamilton Pereira, um dos destaques foi a inclusão da educação ambiental em uma parte significativa das propostas finais:
— O conjunto das políticas propostas para a área da educação ambiental chama a atenção porque revela a percepção dos setores para a necessidade de mudança do comportamento da sociedade brasileira.

A conferência reuniu 16 grupos de trabalho que discutiram propostas de mitigação e adaptação às mudanças do clima em áreas como saúde, recursos hídricos, florestas, transporte, agropecuária, indústria, entre outras. O texto-base, formulado a partir das propostas colhidas nas mais de 700 conferências municipais e estaduais, com a participação de cerca de 100 mil pessoas, contou com mais de cinco mil proposições.

O último dia do evento foi marcado por debates acalorados em torno de temas polêmicos como a transposição do Rio São Francisco. A paralisação das obras foi aprovada pela maioria absoluta dos participantes. Outro ponto aprovado foi o uso de plantas exóticas no reflorestamento. Para a secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Thelma Krug, ainda há preconceito em relação ao temas, apesar de essas espécies fazerem parte de alguns biomas:
— Muitas coisas poderão ser aproveitadas no plano das mudanças climáticas e outras terão que ser reavaliadas. Ainda não é possível definir um percentual do que será aproveitado, mas vamos trabalhar nisso.

As resoluções serão consolidadas pelo Ministério do Meio Ambiente e encaminhadas ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O objetivo é incluí-las na elaboração do Plano de Política Nacional de Mudanças do Clima:
— Faremos com que esse material, vindo da sociedade, chegue às mãos do Presidente Lula, para que o Governo consulte as outras áreas aqui mencionadas e venha a incorporar essas propostas no projeto de lei que será encaminhado ao Congresso Nacional — disse Hamilton Pereira.