Dilma e Murdoch reuniram-se nesta segunda-feira, dia 29, nos Estados Unidos


Por Cláudia Souza*

29/06/2015


Dilma Roussef sendo recepcionada por Rupert Murdoch na sede do "The Wall Street Journal(Foto: Reproduçao www.brasil247.com.br)

Dilma Roussef sendo recepcionada por Rupert Murdoch na sede do “The Wall Street Journal” (Foto: Reprodução www.brasil247.com.br)

O encontro entre a presidente brasileira e o proprietário do “The Wall Street Journal” ocorreu em Nova Yorque, na sede do jornal, onde conversaram sobre o cenário econômico do País, o mercado internacional de notícias, e as oportunidades de negócios no Brasil. Após a reunião, Dilma Roussef visitou a Redação do “Wall Street Journal”. Participaram da reunião diretores do News Corporation e autoridades brasileiras, entre as quais o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro.

O tablóide dominical britânico “News of the World, fundado em 1843, e adquirido por Rupert Murdoch em 1969, era o mais vendido do Reino Unido, com tiragem de 2,8 milhões de exemplares na ocasião do escândalo de escutas telefônicas ilegais, envolvendo funcionários e policiais. Em 10 de julho de 2011, o presidente para a Europa e a Ásia do News Corporation, James Murdoch, filho de Rupert Murdoch, anunciou o encerramento do jornal. A denúncia gerou um debate global sobre a relevância do respeito à ética jornalística.

Sean Hoare foi o primeiro repórter do “News of the World” a relatar em entrevistas no início de julho de 2011, que o diretor da publicação, Andy Coulson, ex-chefe de Comunicação do gabinete do primeiro-ministro britânico, David Cameron, estava ciente da prática. Hoare foi encontrado morto em 18 de julho de 2011, em sua residência em Watford, distrito do Condado de Hertfordshire, situado a 32 quilômetros da região central de Londres. A causa da morte de Hoare jamais foi revelada.

Agenda Oficial 

Após a conversa com Rupert Murdoch, Dilma, que está cumprindo agenda oficial nos EUA, conversou com investidores do setor financeiro norte-americano, incluindo o representante da maior gestora de recursos financeiros do mundo, a Blackrock, e com o ex-secretário do tesouro americano Tim Geithner.

—  Os Estados Unidos, tanto no que se refere ao comércio quanto aos investimentos, são um dos parceiros fundamentais do Brasil. Pretendo aproveitar todas essas boas reuniões que estamos realizando  para alavancar a parceria entre os dois países, declarou Dilma no discurso de encerramento do “Encontro Empresarial sobre Oportunidades de Investimento em Infraestrutura no Brasil”.

Dilma destacou ainda a trajetória de cooperação e integração econômica entre as duas nações:

— Os Estados Unidos continuam sendo o principal investidor estrangeiro no Brasil, com estoque de US$ 116 bilhões em 2013. Cerca de três mil empresas dos EUA atuam em nosso País nos setores petróleo, gás, energia elétrica, bancos, telecomunicações, atividades imobiliárias, automóveis, metalurgia, agricultura. É um imenso leque.

De acordo com a presidente, o Brasil também está presente nos Estados Unidos e tem aumentado essa participação nos últimos anos:

— As empresas brasileiras têm um estoque de US$ 15,7 bilhões investidos em vários tipos de negócios e atividades nos setores de alimentação, siderurgia, serviços de informação e produtos farmacêuticos. Temos certeza que é possível ampliar muito mais a nossa cooperação nas relações governo-governo e empresário-empresário.

Parceria Bilateral

Na noite desta segunda-feira, 29, Dilma foi recepcionada pelo presidente dos EUA, Barak Obama, em um jantar na capital Washington. Na terça-feira, 30, os chefes de Estado voltam a reunir-se para tratar de temas relacionados à agenda bilateral, regional e mundial. Na quarta-feira, dia 1º de julho, a presidente Dilma, que está cumprindo agenda oficial nos EUA, desembarcará em São Francisco, na Califórnia, para visitar o Centro de Pesquisa da Universidade de Stanford, as sedes da Nasa-National Aeronautics and Space Administration- e do Google, empresa multinacional de serviços online e software com matriz nos Estados Unidos.

Em relação aos acordos nas áreas de Educação e Ciência e Tecnologia, Dilma frisou a relevância da agenda na Califórnia:

Temos um interesse fundamental com o governo norte-americano, com as empresas norte-americanas, com a sociedade norte-americana, com os setores acadêmicos norte-americanos, além das demais em atividade neste país. Em nossa visita a esta região, observaremos as áreas de tecnologia da informação, de biotecnologia e de defesa, com destaque ao setor aeroespacial.

 Espionagem

A viagem de Dilma Rousseff aos Estados Unidos ocorre dois anos após as denúncias de espionagem do governo norte-americano contra o Brasil, incluindo e-mails da presidente brasileira, divulgadas em 2013 por Edward Snowden, ex-funcionário da Agência de Segurança Americana (NSA). Na ocasião, Dilma repudiou a postura dos EUA e cancelou uma visita oficial ao país, que havia sido previamente agenda.

Fonte: noticiasaominuto.com, www.brasil247.com.br.