Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, para reflexão e respeito


28/06/2022


Nesta terça-feira, 28 de junho, em todo o mundo ocorrem celebrações pelo Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, também conhecido como Dia do Orgulho Gay. A data é importante para a reflexão sobre a igualdade de direitos entre as pessoas em qualquer situação, o respeito à diversidade e o combate a toda forma de discriminação e, em especial, à LGBTfobia.

A LGBTfobia, muitas vezes referida como homofobia, é a discriminação, aversão, ódio ou ato de agressão, por iniciativa individual ou coletiva, baseada na crença preconceituosa da inferioridade das pessoas LGBTQIA+ em relação à chamada heteronormatividade, ou a forma de pensar que marginaliza os relacionamentos afetivos que não sejam heterossexuais.

É crime

A LGBTfobia foi responsável por 316 mortes no Brasil, só em 2021, segundo Dossiê de Mortes e Violências contra LGBTI+, preparado pelo Observatório de Mortes e Violências LGBTI+. O número mostra um crescimento de 33% desse tipo de crime no período de um ano no país. As entidades ligadas à comunidade LGBTQIA+ estimulam todos a denunciar qualquer crime por discriminação ou agressão contra vulneráveis. Um dos caminhos é o disque 100, do Governo Federal.

Várias organizações que atuam em defesa dos direitos da comunidade LGBTQIA+ também possuem canais de atendimento e orientação a vítimas de toda forma de violência, como o Grupo Gay da Bahia, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT).

Mapa da cidadania

A ABGLT oferece em seu site o Mapa da Cidadania, com um importante conjunto de orientações e informações sobre serviços, ferramentas jurídicas e órgãos de apoio à diversidade sexual e de gênero, existentes em todo Brasil. O mapa é muito organizado, objetivo e fácil de usar: basta acessar o link acima e clicar no nome do estado onde você está.

Rebelião de Stonewall Inn

A data de 28 de junho, como Dia do Orgulho LGBTQIA+, tem origem num ato de resistência à repressão policial em 1969, no bairro Greenwich Village, de Nova York, que é marcado pela convivência pacífica de diversidades étnica e sexual. Nesse dia, o bar Stonewall Inn, voltado à comunidade LGBTQIA+, foi alvo de uma inspeção por conta de seu público, na qual 13 pessoas foram detidas, entre funcionários e clientes.

Quando uma mulher foi agredida na ação e pediu socorro, pessoas que circulavam pela região juntaram-se para defendê-la. A reação popular cresceu, e os policiais tiveram que se refugiar dentro do bar, até que chegasse reforço das forças de segurança. As manifestações mobilizaram milhares de pessoas e seguiram na cidade por cinco dias, contra a perseguição policial e a discriminação generalizada contra a comunidade LGBTQIA+. O episódio ficou conhecido como Rebelião de Stonewall Inn.

Dossiê denuncia 316 mortes e violências de pessoas LGBT em 2021

O Dossiê de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil denuncia que durante o ano de 2021 ocorreram 316 mortes lgbt de forma violenta no país. Dessas mortes 285 foram assassinatos, 26 suicídios e 5 outras causas.

Este material é resultado de um esforço coletivo de produção e sistematização de dados sobre a violência e a violação de direitos LGBTI+. Aqui a sigla fala sobre pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, mulheres e homens trans, pessoas transmasculinas, não binárias e demais dissidências sexuais e de gênero.

O documento é produzido pelo Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+ teve seu início em janeiro de 2020, quando foi coordenado pela Acontece – Arte e Política LGBTI+ e pelo GGB – Grupo Gay da Bahia.

Nesta parceria foram concluídos o Relatório de 2020 e o Relatório Parcial de “Mortes Violentas de LGBTI+ no Brasil”, referente ao período de janeiro a setembro de 2021.

Desde outubro de 2021, a Acontece Arte e Política LGBTI+ estabeleceu parceria com a ANTRA – Associação Nacional de Travestis e Transexuais e a ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos, a fim de acrescentar e somar na elaboração deste Dossiê.

O trabalho foi realizado por meio de uma base de dados compartilhada entre essas três instituições, que contém os registros dos casos ocorridos, encontrados em notícias de jornais, portais eletrônicos e redes sociais.

Para fazer o download do dossiê de 2021 completo, clique aqui.