Cores e sentimentos de Pernambuco


08/02/2006


José Reinaldo Marques
17/02/2006

Com importantes premiações — dois Prêmios Cristina Tavares de Jornalismo (1995 e 2005), o Alexandre Adler de Jornalismo em Saúde (2005) e o Prêmio Sinduscon (2005) — e 16 anos de profissão, Alexandre Belém é um dos grandes nomes da reportagem fotográfica no Nordeste.

Nascido em Recife, em 1974, e graduado em Comunicação Social pela Universidade Católica de Pernambuco, atualmente está no Jornal do Commercio de seu Estado. Em 1995, fundou a Agência Lumiar e, cinco anos depois, a Titular Fotografia — ambas muito requisitadas em Recife, de onde colaborou com diversas publicações do País, como as revistas Veja e Época e os jornais Folha de S. Paulo e Estadão:
— Nesse período, fiz várias reportagens sobre movimentos sociais e manifestações culturais — diz Alexandre, que também exibiu seu trabalho em importantes mostras fotográficas, como a Bienal de Fotojornalismo Brasileiro 1990—1995 (1995) e os III e IV Salão Finep de Fotojornalismo (1997 e 1998).

Em 2004, foi convidado pela Editora Escrituras para participar de um volume da coleção Cores e Sentimentos, cujo objetivo era mostrar as belezas de Pernambuco. O trabalho, realizado em parceria com o colega Leo Caldas, teve como resultado 80 fotos do patrimônio histórico, ambiental e cultural do Estado, como igrejas, praias, o frevo e o maracatu.

Curioso com revistas e jornais desde criança, Alexandre comprou sua primeira máquina fotográfica quando estava para fazer vestibular:
— Era uma Yashica FX-3 com uma lente 50mm. Para aprender mais, fui comprando livros de técnica e linguagem. Foi quando conheci os trabalhos de Cartier-Bresson, Brassäi, Capa, Pedro Martinelli, Jorge Araújo e tantos outros. As revistas Iris Foto e Imprensa também me influenciaram muito, pois nelas tive contato com vários profissionais da imprensa nacional.

Na faculdade de Jornalismo, Alexandre passou a acompanhar o trabalho da equipe de repórteres-fotográficos do Jornal do Commercio de Pernambuco:
— Era uma equipe muito boa e foi então que eu decidi que queria ser repórter-fotográfico. Lembro de uma exposição do JC em 1991 e das imagens de fotógrafos como Roberto Paixão, Breno Laprovitera, Daniel Berinson e Jarbas Jr. que me impressionaram muito. 


Novo conceito

Para Alexandre, diariamente, no jornal, o repórter-fotográfico tem a oportunidade de ver o seu trabalho cumprindo um papel social:
— Em diversas pautas, esta realização é comprovada. Acredito que este é um dos fascínios da vida de um fotojornalista.

Também acredita que o fotojornalismo brasileiro deu um grande salto de qualidade nos últimos dez anos e que os profissionais nordestinos estão de parabéns, pois passaram a ter os seus trabalhos apreciados pelos grandes veículos de comunicação do País:
— A criação de agências com fotógrafos oriundos das redações ajudou muito esse processo. Antigamente, os veículos do Sul e Sudeste não tinham confiança nos profissionais daqui para realizar certos trabalhos. Em 96, quando criei com três colegas a Lumiar, era muito comum os editores de São Paulo ligarem entusiasmados, porque tinham descoberto que nós operávamos bem um cromo, sabíamos usar vários flashes, hazy (refletor), tínhamos scanner, digitais. Este preconceito existia.

Atualmente, diz ele, as editorias de Fotografia de vários jornais do Nordeste estão distribuindo suas imagens através de agências online. E ter seu trabalho publicado na imprensa, para este fã de Cartier-Bresson, é a gratificação maior:
— Seja de um desfile de moda ou um protesto do MST, não importa. O que vale é estar inserido nas boas reportagens. Depois de oito anos afastado de redação, pretendo continuar trabalhando em jornal diário por muito tempo. Meu projeto é estar nas ruas realizando boas pautas.

Clique nas imagens para ampliá-las: 

“Esta imagem
foi feita num amistoso…”

“Esta foto
mostra a PM prendendo…”

“Em 1996,
houve várias manifestações…”

“Esta imagem mostra a tática dos…”

“Aqui vê-se
o corpo do ex-Governador…”

“Aqui é uma imagem do desfile…”

“Tive a 
chance de acompanhar…”

“Em dezembro de 2004,
fui fazer…”

“Esta foto é seqüência da invasão…”

“Cheguei na área rural 
de Nazaré…”

“Flagrante
de uma ação
da PM …”

“Esta foto é
de uma das paisagens…”

“Em 2005,
as chuvas castigaram…”

“Durante
uma pauta sobre uns…”