Cinegrafista húngara foi demitida e poderá pegar até sete anos de prisão


10/09/2015


LázslóAs imagens da cinegrafista húngara Petra Lázsló atacando refugiados que furavam uma barreira policial para entrar na Hungria na última terça-feira (8/09), escandalizaram todos os veículos de comunicação do mundo. Ela poderá cumprir até sete anos de prisão, de acordo com o integrante do Comitê Aniko Bayonki Comitê Helsinque pelos Direitos Humanos.

“Ela só atacou refugiados, incluindo uma criança. Ela sabia claramente em quem estava batendo. Não foi um acidente. Está claro”, disse à agência Bayonki, que citou o agravante de a violência ter sido dirigida contra membros de um coletivo.

A jornalista foi imediatamente desligada da empresa na tarde de terça-feira. “Os colegas da jornalista da N1TV consideram inaceitável aquilo que aconteceu em Röszke. A jornalista foi imediatamente demitida”, escreveu em seu comunicado o editor Szaboles Kisber.

A cinegrafista reconheceu sua ação, mas não deu explicações e nem pediu desculpas, informou a N1TV, emissora para a qual ela prestava serviços. Após a repercussão do caso, o canal demitiu a jornalista. Há informações do envolvimento de Petra com o partido de extrema-direita que apoia o governo do primeiro-ministro conservador Viktor Orbán.

A agressão gerou revolta no mundo todo. No Facebook, a página “Muro da vergonha Petra László” conta com mais de 30 mil curtidas. O espaço divulga notas publicadas sobre o caso em diversos países, em que os usuários criticaram o comportamento de Petra. Um homem que se identifica como jornalista comenta: “Você é uma desonra para nossa profissão”. Até a publicação deste texto, Laszlo não fez comentários a respeito destas críticas.

O incidente revela a grave crise da imigração e a intolerância na Europa. O primeiro-ministro húngaro Viktor Orban tem sido alvo de críticas pelo discurso contra a entrada de imigrantes estrangeiros e por ordenar a construção de uma cerca ao longo da fronteira com a Sérvia para tentar conter o fluxo de migrantes e refugiados que tentam atravessar a Hungria para chegar à Áustria e a Alemanha.

*Com informações do El País; G1