Cine ABI Macunaíma exibe filme sobre cacique Juruna


08/02/2022


 

Jururã, o espírito da floresta em exibição no Macunaíma

Link do canal da ABI no YouTube: bit.ly/3uZn84f

Jururã, o espírito da floresta, de Armando Lacerda, será exibido a partir de hoje e até segunda-feira no Cineclube Macunaíma. O roteiro aborda a vida do único indígena a ocupar uma cadeira no Parlamento brasileiro, o cacique xavante Mário Juruna. A partir da biografia apresentada pelo primogênito Diogo Amhó (Juruna), o documentário resgata para as gerações futuras a história do deputado falecido em 2002.

O filme foi premiado no Festival de Cinema Latino-Americano de Trieste e, às 19h30, haverá o debate sobre este documentário com o diretor, o cineasta Silvio Tendler, a cineasta Liloye Boublie e Diogo Juruna, filho do cacique. Assista o filme e o debate pelo canal da ABI do YouTube.

Filme

O filme (2008) trata luta dos índios Xavantes contra o extermínio e a expulsão de suas terras no interior do Brasil o que conduz o cacique e líder Mário Juruna à política. Chegando ao Parlamento, o único representante indígena no Congresso Brasileiro enfrenta, com os guerreiros da sua geração, a agressiva política de expansão agrícola do governo brasileiro. Seus parentes, filhos, tios e amigos de outras tribos indígenas reconstituem pela memória oral a sua história, desde a expulsão de seu território nos anos 40 até a reintegração das terras ancestrais e a restauração de sua cultura.Recebeu os prêmios Margarida de Prata da CNBB (2008), melhor documentário internacional nos festival de de Viña Del Mar, no Chile, e Festival de Cinema Latino-Americano de Trieste, Itália.

O diretor Armando Lacerda propicia uma reflexão sobre a conjuntura político-social brasileira da metade do Século XX até os dias atuais e resgata a história do deputado, levantando ainda as diferenças que separam e estigmatizam os povos indígenas brasileiros. A narrativa abrange, a partir de expressivo material de som e imagem registrados no Congresso Nacional, universidades e instituições indígenas, informações sobre a organização social e política do povo Xavante e a sua relação com a natureza.

Mário Juruna, filho do cacique Xavante Apoenã, nasceu na aldeia próxima a Barra do Garças (MT), em 1942. Após viajar por boa parte do Brasil, na década de 70, passou a percorrer os gabinetes da Fundação Nacional do Índio, em Brasília, lutando pela demarcação Xavante. Foi então que se tornou famoso: jamais era visto sem seu gravador, “para registrar tudo o que o branco diz”. Foi eleito deputado federal e, durante o mandato (1983-1987), criou a Comissão Permanente de Índios na Câmara, além de realizar o primeiro Encontro de Lideranças Indígenas no Brasil, reunindo 644 caciques de todo o país. Ao final de sua carreira política, passou a ter muitas dificuldades para viver. Juruna morreu na pobreza em 18 de julho de 2002 devido a complicações decorrentes do diabetes.

O carioca Armando Lacerda é graduado em Comunicação – Jornalismo, Cinema e Televisão. Dirigiu e produziu filmes de curta e longa-metragem como Juruna, o Espírito da Floresta. recebeu o prêmio Margarida de Prata da CNBB (2008) e o de melhor documentário internacional do Festival de Viña Del Mar, no Chile, em 2010. Realizou ainda O Futuro e Eu – Tributo a Vladimir Maiakovski e Oscar Niemeyer (1998); Taguatinga em Pé de Guerra (1982) e Janela Para os Pirineus (1996), ambos premiados pelo Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Foi produtor de O Evangelho Segundo Teotônio (1984), dirigido por Vladimir Carvalho, e diretor de produção de Céu Aberto (1985), dirigido por João Batista de Andrade. Entre 1996 a 2003, foi diretor da TV Câmara.