Aziz Ahmed lança na
ABI livro e e-book


28/02/2019


Quantas vezes a gente já ouviu alguém afirmar que De Gaulle disse que “o Brasil não é um país sério”? Pois o ex-presidente francês jamais pronunciou esta frase. É fake news, como garante o jornalista a quem é atribuída a sua divulgação, um dos 26 veteranos profissionais ouvidos por Aziz Ahmed no livro “Memórias da Imprensa Escrita”, que será lançado no próximo dia 11 de março, às 17 horas, no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

O leitor vai ficar sabendo que Carlos Lacerda, antes de tornar-se um dos mais poderosos políticos brasileiros, queria ser autor de novelas; que a polícia acabou com uma festa oferecida ao presidente Kennedy no dia da sua posse, atendendo denúncia de um cidadão anônimo, incomodado com o barulho. E mais: que, por uma ordem do governo militar, 1 milhão e 200 mil exemplares de um suplemento produzido pelo Jornal do Commercio do Rio, para serem encartados nos jornais dos Diários Associados, foram jogados no lixo; vai saber, pela percepção de um famoso colunista, que o dinheiro mudou de mãos e como o pragmatismo do dr. Roberto Marinho levou O Globo a vencer a soberba do dr. Nascimento Brito na disputa de mercado com o Jornal do Brasil. E ainda, pelo relato afetivo de seus principais colaboradores, vai conhecer como era o convívio com Samuel Wainer, Adolpho Bloch e Ibrahim Sued.

Essas e outras histórias são contadas nas 316 páginas desse livro — uma realização do Ateliê de Cultura, com patrocínio da Delphos e da prefeitura do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, Lei Municipal de Incentivo à Cultura (Lei do ISS) — que mergulha nos bastidores da imprensa desde a época dos anos dourados, atravessando os anos rebeldes e os de chumbo, até chegar a estes novos tempos de incerteza quanto ao futuro da mídia impressa.
Inspirado na própria experiência do autor e nas conversas com velhos companheiros, escrito em forma de notas de coluna, o livro oferece uma leitura leve e bem-humorada de casos que não foram registrados nos jornais.

Uma novidade: a obra traz o passado à atualidade trazendo em cada capítulo um QR code que transporta o leitor a um vídeo de cada entrevistado. Tal ferramenta permitirá que se assista ao último depoimento gravado pelo jornalista Ricardo Boechat, com quase três horas de duração. E mais: pensando na inclusão, também está sendo lançado no formato e-book.

— O livro tem uma relevância que transcendeu a proposta original – disse o autor do prefácio, jornalista Domingos Meirelles, presidente da ABI, instituição que dá apoio cultural à obra, que será incorporada ao acervo do Centro de Memória da instituição. E destaca Meirelles:
— Tornou-se uma obra de leitura obrigatória. Ele reproduz o cotidiano das antigas redações. Revela, com delicadeza de sentimentos, o ambiente romântico de um dos momentos mais faiscantes da imprensa contemporânea. Fala sobre desejos e fantasias que perpassaram as vidas de gerações inteiras de profissionais. Acho que o grande mérito do livro está justamente em ter conseguido capturar esse clima do qual tanto nos orgulhávamos e que parece haver se perdido para sempre.

Ahmed ouviu jornalistas que fizeram ou que ainda fazem a história da profissão. Pela ordem alfabética: Aluizio Maranhão, Anna Ramalho, Aristóteles Drummond, Arnaldo Niskier, Bruno Thys, Cícero Sandroni, Fernando Carlos de Andrade, Fuad Atala, Gilson Campos, Henrique Caban, Jarbas Domingos, J.B. Serra e Gurgel, Jomar Pereira da Silva, José Silveira, Luiz Edgar de Andrade, Milton Coelho da Graça, Miranda Jordão, Nelson Lemos, Nilo Dante, Nilson Lage, Paulo Jerônimo, Pery Cotta, Pinheiro Junior, Ricardo Boechat, Telmo Wamber e Walter Fontoura.
O respeito à longevidade já é consagrado na própria capa, ilustrada pelo desenhista Marcelo Monteiro, que, desde 1962 até hoje, estampa diariamente seu talento nas páginas do jornal O Globo.

Aziz Ahmed

O autor

Nascido em 26 de setembro de 1938, Aziz Ahmed é carioca de Vila Isabel. Começou a carreira jornalística em 1961, no Correio da Manhã, foi chefe de reportagem de O Globo e da Ultima Hora, onde também foi editor e diretor da sucursal em Brasília. Dirigiu o Jornal do Commercio de 1979 até 2013, e lá também tinha uma coluna diária. Foi colunista no jornal O Povo do Rio e editor-chefe do jornal comunitário A Voz de Rio das Pedras. Foi professor do curso de Jornalismo da UniverCidade (1997-2014), chefe da comunicação social da prefeitura do Rio, vice-presidente do Conselho de Contribuintes do Município e secretário-geral da Junta Comercial do Estado do Rio.
Em 1994, lançou livro “O Calvário de Sônia Angel”, que escreveu a partir da narrativa do professor João Luiz de Moraes, pai dessa cara-pintada dos anos rebeldes, morta, aos 27 anos, nos porões da ditadura.

 

Serviço

Youtube: Memórias da Imprensa Escrita
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