Amor pela fotografia e por retratos do Brasil


14/11/2006


Claudio Carneiro
17/11/2006

O leitor de jornal acaba associando alguns fatos às imagens que os ilustram. A máxima de que a foto vale mais que mil palavras fica bem atual quando o autor da imagem é alguém como Salvador Scofano. Aos 42 anos — 18 deles dedicados à profissão — este freelancer por opção é sedento por movimento e adora registrar o factual, desde os tempos da Minolta SRT 101 com que começou na Gazeta de Notícias. Ali, durante seis meses, ele aprendeu as técnicas de laboratório e a difícil relação entre o obturador e o diafragma.

Segundo Scofano, Rufino Nogueira Borba, editor de fotografia da Gazeta, foi seu maior incentivador:
— Ele falava que eu tinha talento e qualidade e que deveria ir para um veículo melhor. Fui para a Última Hora e trabalhei lá até o jornal fechar, em 91.

Se o velho guitarrista B.B. King chama seu instrumento de trabalho de “Lucille”, Scofano não fez por menos: batizou sua Nikon de “Clotilde”. Ela foi com ele para O Povo, onde trabalhou por três anos. Próxima escala: O Dia. Ali o fotógrafo ficou até 98, saindo numa daquelas “barcas” para a reformulação da empresa. Depois veio a experiência de trabalhar em campanha política: a de Benedita da Silva ao governo do Estado. Passado o período eleitoral, ele foi para a Folha Dirigida, onde ficou até 2001:
— A partir daí, decidi ser frila. Hoje, trabalho para o Extra e sou parceiro de algumas agências de notícias.

Para Scofano, “a fotografia é vida, história, movimento e lembrança”. Registrou, com milhares de cliques, momentos como as vitórias de Ayrton Senna e o “fora Collor”:
— Eu amo o que faço e acho todas as pautas importantes. Tive momentos inesquecíveis, inclusive em festas como o carnaval e demais manifestações de cultura e folclore. Gosto muito de fotografar o Brasil, a cultura de cada região, a gente e os costumes. Fotos esportivas são plásticas e me encantam pelos desafios que enfrentamos para registrá-las. 

Globalização

Já faz tempo que “Clotilde” só sai com Scofano em ocasiões especiais. Segundo ele, a tecnologia em equipamentos fotográficos já atende todas as áreas:
— A globalização aproximou muito a informação nos quatro cantos do mundo e o equipamento digital veio para ficar, pela velocidade com que hoje transmitimos fatos e fotos. Mas nada substituirá um ensaio que você possa realizar com equipamento analógico. Aos novos fotógrafos, digo sempre que leiam a luz que está diante dos olhos e façam a foto que foi pedida, mas que também não deixem de fazer a outra, aquela que só o fotógrafo pode sentir.

Scofano se queixa de que nem todo profissional respeita a ética na profissão — “alguns esquecem que isso existe”, reclama. Logo, porém, muda de assunto para falar sobre o que mais gosta na profissão: o dia seguinte.
— Adoro ouvir alguém comentar a foto exposta na banca. O trabalho do fotojornalista é feito para os leitores que, na manhã seguinte ao fato, sentem aquela necessidade de comprar um exemplar do jornal para saber mais sobre a história que tanto chamou sua atenção.

Correr o país inteiro ao lado de Clotilde — e, quem sabe, com outras — é o grande sonho de Scofano:
— Eu gastaria o tempo que fosse preciso para fotografar retratos do Brasil, em cada cantinho desconhecido deste País.
 
 

Clique nas imagens para ampliá-las: 

“A foto do 
Lula com Brizola…”

“Esta foto
da Cássia Eller foi…”

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“Fotografei este flagrante…”

“Esta é a celebração do Círio…”

“Flagrante 
de um helicóptero…”

“Registrei esta 
Festa do…”

“Aqui, vendedores de coco…”

“Joãosinho Trinta é um exemplo…”

“Carnaval, futebol e praia são…”

“Fui cobrir
os Jogos Indígenas…”

“Durante 
mais uma aventura…”

“Esta é 
a cara da torcida…”

“Esporte
é um de meus…”

“Fotógrafo também precisa…”

“A foto de Caetano 
e Gil se…”

“Esta 
imagem
é de um…”