Por Cláudia Souza
26/05/2014
No próximo dia 28, às 12h, representantes de diversas entidades da sociedade civil se unem em um abraço simbólico a Petrobras, em frente à sede da empresa, na Av. República do Chile, no Centro do Rio.
O ato público “A Petrobras é nossa”, tem por objetivo apoiar a estatal, que vem sendo alvo uma série de investigações e questionamentos a sua gestão. Participam do encontro representantes da ABI, da OAB, do Sindicato dos Petroleiros, do Clube de Engenharia, da Associação dos Engenheiros da Petrobras, do Sindicato dos Engenheiros, entre outras entidades.
De acordo com Alfredo Marques Vianna, que presidiu a União Metropolitana dos Estudantes (UME) em 1959 e 1960, e foi Conselheiro e Diretor Financeiro da ABI na gestão de Barbosa Lima Sobrinho, em 1952, antes da aprovação da lei da criação da Petrobras, teve início uma grande discussão sobre a criação da Petrobras:
— Interesses internacionais esforçaram-se para que a Petrobras não fosse criada com o monopólio estatal de extração de petróleo, o refino e outros derivados. Os estudantes brasileiros, à época, foram às ruas para iniciar a campanha “O Petróleo é Nosso”, sob a liderança de então presidente da UNE, José Frejat. Foram montadas torres de petróleo no Largo da Carioca e o movimento dos estudantes tomou conta do País. Foi sempre uma tradição da UNE, até o golpe de 1964, lutar pela manutenção do monopólio estatal do petróleo. O próprio presidente Getúlio Vargas afirmou: “Quem entrega o seu petróleo, está abrindo mão da sua soberania.”
Alfredo Marques Vianna também destacou os Acordos de Roboré, tratados polêmicos celebrados entre Brasil e Bolívia nos anos 1950.
— Não posso admitir, como ex-presidente da UME, que lutou contra o Acordo de Roboré, que traria enormes prejuízos a Petrobras, que esta empresa tenha tido um diretor preso por corrupção, e que os inimigos dela estejam utilizando esses fatos para desmoralizá-la internacionalmente. Vamos reunir a representação mais legítima da sociedade civil neste ato pacífico no dia 28, com o objetivo de preservar a Petrobras dos interesses partidários, sejam do governo ou da oposição, conclui Vianna.