Polícia ocupa favela onde cinegrafista foi morto


07/11/2011


Policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Batalhão de Choque e do 2º Comando de Policiamento da Capital (2º CPA) e do 27º Batalhão (Santa Cruz) ocuparam a favela de Antares, na Zona Oeste, onde morreu, no domingo 6 de novembro, com um tiro de fuzil, durante a cobertura de uma operação policial, o cinegrafista da Rede Bandeirantes, Gelson Domingos, de 46 anos.
 
 
Nove pessoas presas na ação da polícia foram apresentados na manhã desta segunda-feira, 7 de novembro, na Divisão de Homicídios da Capital, que investiga o caso, localizada na Barra da Tijuca. O corpo de Gelson Domingos está sendo velado no Memorial do Carmo, no Caju, onde será sepultado às 14h, desta segunda-feira.
 
 
De acordo com nota da Secretaria de Saúde do Rio, Gelson foi atingido no peito por uma bala de fuzil que atravessou o colete que ele estava usando. A nota diz ainda que o cinegrafista já chegou morto, às 7h40, à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), para onde foi levado por policiais militares para ser socorrido.
 
 
Em entrevista à BBC, o representante da Anistia Internacional em casos relacionados com o Brasil disse que a morte de Gelson “foi uma tragédia” que reforça as críticas que a organização vem fazendo “às operações militarizadas no Rio”, que ele disse que põem em risco a vida dos moradores das comunidades invadidas pela polícia e também dos jornalistas. “É preciso questionar esse tipo de estratégia. O Rio de Janeiro já mostrou ao mundo com as UPPs que existem alternativas de combate à violência”, afirmou Patrick Wilcken.

Gelson Domingos conquistou há dez anos, quando trabalhava na antiga TV Educativa, o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, com a reportagem “Pistolagem”, sobre assassinatos no Nordeste. Ele trabalhou também na Record e no SBT. Casado com Edilene Domingos, 40 anos, ele deixa três filhos e dois netos.