FIJ propõe debate sobre direitos humanos


02/03/2011


O Secretário geral da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), Adam Withe, defendeu que os países europeus promovam a realização de um amplo debate sobre direitos humanos e a necessidade de regulação da mídia no continente. A proposta foi apresentada durante o seminário “Jornalismo ético e direitos humanos”, organizado pelo Comissário do Conselho da Europa para os Direitos Humanos, Thomas Hammarberg.
 
 
Na abertura do seminário, Thomas Hammarberg disse que os Governos deveriam usar a lei para melhorar a proteção dos direitos humanos, e não para perseguir jornalistas. Ele falou também sobre a importância da transparência pública e da facilitação do acesso à informação como fator essencial para o exercício de um jornalismo independente.
 
 
Adam Withe acha que está na hora de se “encontrar uma nova narrativa que puxe pelos valores morais dos jornalistas e “coloque o jornalismo ético no centro das estratégias para promover a revolução da informação”. Para o dirigente da FIJ o jornalismo “é um bem comum” que exige que dos seus profissionais rigor no compromisso com a verdade, rigor ético e justiça.
 
 
De acordo com o Secretário Geral da FIJ é dever dos Governos facilitarem maior e melhor acesso à informação pública, e acabar “com leis repressivas relativas a temas como a difamação criminal, a blasfêmia e a segurança nacional”.
 
 
Adam Withe chamou a atenção sobre três pontos importantes para uma comunicação livre e democrática: o fim das ameaças à liberdade de imprensa; respeito ao direito de confidencialidade das fontes jornalísticas e da perseguição a jornalistas por parte dos Governos.
 
 
Segundo Withe, os Governos devem deixar o controle dos meios de comunicação nas mãos dos jornalistas e respeitar os direitos humanos. Já os jornalistas “têm que estar à altura do desafio de colocar a sua própria casa em ordem”.
 
 
Ele elogiou o apoio que o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos vem dando ao direito de preservação do sigilo das fontes jornalísticas. Mas advertiu que os magistrados dessa corte devem evitar interferir excessivamente no jornalismo, por meio de julgamentos das escolhas editoriais dos veículos de comunicação:
— Quando os juízes começam a avaliar manchetes, imagens e artigos as campaninhas soam nos corredores do jornalismo, afirmou Adam Withe.
 
 
* Com informações do Conselho da Europa para os Direitos Humanos.