América em fotos (I)


12/09/2008


Setembro é o aniversário do América Futebol Clube. No dia 18, o tradicional clube da Rua Campos Sales, cuja origem é o bairro da Saúde, completa 104 anos.
O Centro Histórico-Esportivo da Associação Brasileira de Imprensa homenageia a fiel torcida americana, com a série “América em fotos”, apresentando fatos e personagens que construíram a bela história da agremiação rubra.

Primeiro gol

Vindo de São Paulo, o estudante de Medicina, Amilcar Teixeira Pinto tornou-se amigo de um grupo de jovens fundadores do América e lhes ensinou os segredos do futebol, acumulando as funções de técnico e diretor.

Amilcar foi o autor do primeiro gol da história do América, marcado contra o Bangu em 5 de agosto de 1905. A partida realizada no campo da Rua Ferrer terminou com a vitória banguense por 6 a 1.

Em 1913

Uma das formações do América, em 1913: Luiz, Marcos e Belfort Duarte; Witte, Gabriel, Ojeda, Osman e Aleluia; e Mendes, Ojeda e Lincoln.

Em 1913, o América conquistou seu primeiro campeonato carioca. A equipe liderada por Belfort Duarte tinha ainda como destaques o goleiro Marcos Carneiro de Mendonça, Gabriel de Carvalho e o chileno Fernando Ojeda. Com a vantagem de dois pontos sobre o Botafogo e o Flamengo, o time rubro chegou ao título.

A partida contra o São Cristóvão, na primeira rodada do returno, marcada para o dia 5 de outubro, foi transferida para 23 de novembro, em razão de os dirigentes americanos não concordarem com o local do jogo indicado pelo adversário. O América, que havia perdido para o Flamengo por 1 a 0, permanecia líder, com 6 pontos perdidos, seguido por Flamengo e Botafogo, com 8. Faltava para equipe rubra a partida adiada contra o São Cristóvão, o qual tinha a seu favor as torcidas rubro-negra e alvinegra.

Desfalcado de alguns titulares, o América perdeu para o São Cristóvão por 1 a 0. A ação dos dirigentes rubros foi imediata, quando descobriram que os alvos incluíram um atleta não registrado na Liga. Os pontos não foram recuperados, porém o jogo foi anulado e América e São Cristóvão se enfrentaram novamente no dia 30 de novembro. Com o retorno dos titulares que não jogaram anteriormente diante dos alvos, o time rubro venceu por 1 a 0. Gabriel de Carvalho aos oito minutos do primeiro tempo, marcou o gol do título.

Vencedores

A formação base vencedora do campeonato carioca de 1922 foi: Barata, Miranda, Gonçalo, Perez, Oswaldinho, Ribas, Chiquinho, Matoso, Brilhante, Gilberto e Justo.

Depois de três anos, em 1916, o América foi novamente campeão carioca. Os rubros garantiram o título na penúltima rodada, quando venceram o São Cristóvão por 1 a 0, gol de Gabriel de Carvalho. No último jogo do campeonato, o time americano derrotou o Bangu por 2 a 1.

Em 1922, ano da comemoração dos cem anos da Independência do Brasil, o América ganhou o histórico campeonato do centenário. A equipe rubra repetiu o que conseguira em 1916, garantindo o título na penúltima rodada contra o São Cristóvão, vencendo-o por 3 a 1. Na última partida, os rubros derrotaram o Botafogo por 2 a 0. 

Oswaldinho

Um garoto encantava a todos que o viam participar das peladas nas ruas de Vila Isabel. Era Oswaldo Melo, o Oswaldinho — que se tornaria um dos grandes nomes do título de 22. Passava pelo menos seis horas por dia jogando bola. Com 15 anos, em 1916, o craque do Black and White, levado por seu padrasto Ernani de Carvalho, apresenta-se ao América para treinar.

O começo foi no juvenil e os primeiros títulos vieram em 1919 e 1920. Em maio do ano seguinte, chamado por Paulo Barata, estreou na equipe principal. A excelente campanha no campeonato carioca de 1921 credenciava o América como real candidato ao título carioca de 1922.

As atuações de Oswaldinho como center-half aumentavam a cada dia a admiração de todos por seu futebol. O passe perfeito, as finalizações bem colocadas e precisas e a elegância ao conduzir a bola estavam entre as características que o levaram a ser chamado de “Divina Dama” e “Passe de Veludo”.

Na conquista do título histórico de 1922, Oswaldinho se consagrou como um dos maiores jogadores do futebol carioca. Convocado para a seleção carioca, o craque foi vice-campeão brasileiro em 24 e 25.

Em 1928, Oswaldinho era o capitão do time do América e conquistou novamente o título carioca. No mesmo ano, marcou o maior gol da sua carreira. O Fluminense inaugurava seus refletores e a seleção carioca perdia para o time inglês do Moderwell por 1 a 0. Os torcedores já abandonavam o estádio, quando Oswaldinho pegou a bola no meio-de-campo, passou pelo primeiro, pelo segundo e pelo terceiro adversário. Já na entrada da área, olhou para o gol, driblou o beque, o goleiro e, com o gol aberto, empurrou a bola para o fundo da rede. A gritaria foi tanta que, da rua, muita gente voltou para ver o que estava acontecendo. Oswaldinho foi cumprimentado por todos os jogadores ingleses.

Oswaldo Melo nos deixou em agosto de 1962 e os que tiveram o privilégio de vê-lo atuar, não se cansavam de afirmar: “Ele era o Zizinho da época.” Outros diziam: “Nem Zizinho foi igual a ele.”