Ato pela terra, com entidades e artistas, pressionam parlamentares


09/03/2022


O Conselheiro da ABI, Helio Doyle, participou da manifestação representando a entidade.

Foto padre Paulo Renato, da CNBB

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Foto: Tiago Rodrigues/Congresso em Foco

Artistas se preparam para conduzir, nesta quarta-feira (9), um inédito “Ato Pela Terra”, uma manifestação na porta do Congresso Nacional em prol de um maior esforço dos poderes da República – e em especial do Legislativo – com a pauta ambiental. Aliando manifestação a shows de cantores como Caetano Veloso, Emicida, Seu Jorge e Natiruts, a expectativa é que os manifestantes pressionem o parlamento contra projetos considerados nocivos ao meio ambiente.

Na presença do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco(PSD-MG), o músico baiano, um dos ícones da música brasileira, manifestou suas preocupações sobre a forma com que o Congresso Nacional está tratando a pauta ambiental nos últimos anos, e destacou o impacto que esses projetos podem provocar sobre o meio ambiente no Brasil.

“O desmatamento na Amazônia saiu do controle. A violência contra indígenas e outros povos tradicionais aumentou. (…) Uma série de projetos de lei ora em pauta no Congresso Nacional podem tornar a situação ainda mais grave. Se aprovadas, podem permitir o desmatamento, [permitir] o garimpo em terras indígenas e desproteger a floresta contra a grilagem”, alertou Caetano Veloso, que afirma ter sido escolhido como porta-voz do ato por ser o organizador mais velho.

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MANIFESTO DE ENTIDADES E ARTISTAS

A democracia, os direitos humanos, o meio ambiente e a saúde da população brasileira, entre diversas outras agendas, estão sob ataque incessante desde que Jair Bolsonaro assumiu a Presidência da República. Hoje o Brasil é um país mais pobre, mais violento e mais desigual, cujo governo atenta contra a vida dos cidadãos e contra o patrimônio socioambiental do país.

Todos os indicadores são de trágico retrocesso: desmatamento, emissões de gases de efeito estufa, perda da sociobiodiversidade, grilagem de terra, degradação de áreas protegidas, invasões a territórios indígenas e quilombolas, envenenamento dos alimentos, violência e criminalização contra populações tradicionais e camponesas, especialmente mulheres e negros. A Amazônia e outros biomas nacionais estão sendo destruídos. Tudo isso decorre dos atos e dos discursos de Bolsonaro e de seus apoiadores. Mas esse quadro pode não apenas piorar, como se eternizar, caso o Congresso Nacional resolva se aliar definitivamente ao presidente em sua cruzada contra o país e o planeta.

O Parlamento se prepara para votar nos próximos dias o Pacote da Destruição, um conjunto de projetos de lei que irão legalizar o crime ambiental e transformar a devastação e o esbulho do patrimônio público em direito adquirido. Entre os vários desastres que poderão ser aprovados estão  a  anistia  permanente  ao  roubo  de terras públicas, o fim do licenciamento ambiental, a liberação irrestrita de agrotóxicos e a oficialização do saque às terras indígenas. Veja a descrição detalhada dos projetos aqui.

Cada um desses projetos retira dos brasileiros um pedaço de seu futuro. Para premiar um punhado de criminosos, eles condenam os ecossistemas, os assentamentos rurais, os indígenas e os quilombolas. Ampliam o abismo da desigualdade. Mergulham nossa economia no atraso e no descrédito externo e tornam o Brasil um risco climático global.

É diante deste cenário de crise e urgência que os movimentos abaixo- assinados e dezenas de artistas brasileiros convocam uma ampla manifestação no dia 9 de março de 2022, a partir das 15h, em frente ao Congresso Nacional, pela Terra, pela vida e em defesa do meio ambiente.

Exigimos que os projetos de lei que afetam negativamente o ambiente, o clima e os direitos humanos não sejam aprovados. Os parlamentares, e em especial o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, devem garantir que nenhuma proposta seja colocada em votação até que esteja alinhada com o que diz a ciência, com as demandas e necessidades das populações tradicionais e do campo e à luz da emergência climática que vivemos.

Assinam (lista provisória, em processo de coleta de adesões):

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA – ABI

342 AMAZÔNIA

350.org

AAB- ARTICULAÇÃO ANTINUCLEAR BRASILEIRA AMIGOS DA TERRA – AMAZÔNIA BRASILEIRA

ANPG (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS GRADUANDOS) APIB (ARTICULAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS DO BRASIL) APREMAVI

ASSOCIAÇÃO ALTERNATIVA TERRAZUL AÇÃO DA CIDADANIA

CAMPANHA PERMANENTE CONTRA OS AGROTÓXICOS E PELA VIDA CASA GALILEIA

CIMI (CONSELHO INDIGENISTA MISSIONÁRIO)

CIUPOA – CENTRO DE INTELIGÊNCIA URBANA DE PORTO ALEGRE CLIMAINFO

CNS (Conselho Nacional das Populações Extrativistas) COALIZÃO EVANGÉLICOS PELO CLIMA

COALIZÃO NEGRA POR DIREITOS

CONAQ (COORDENAÇÃO NACIONAL DE ARTICULAÇÃO DAS COMUNIDADES NEGRAS RURAIS QUILOMBOLAS)

CTI

CUT (CENTAL ÚNICA DOS TRABALHADORES) FASE – SOLIDARIEDADE E EDUCAÇÃO

FBOMS – FÓRUM BRASILEIRO DE ONGS E MOVIMENTOS SOCIAIS PARA O MEIO AMBIENTE E O DESENVOLVIMENTO

FRENTE NACIONAL ANTI-RACISTA FRIDAYS FOR FUTURE BRASIL FUNDAÇÃO VERDE HERBERT DANIEL

GAMBÁ – GRUPO AMBIENTALISTA DA BAHIA GREENPEACE BRASIL

IDEC – INSTITUTO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR IDS – INSTITUTO DEMOCRACIA E SUSTENTABILIDADE

IEB – INSTITUTO DE ESTUDOS BRASILEIROS

IEMA – INSTITUTO DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS IEPÉ – INSTITUTO DE PESQUISA E FORMAÇÃO INDÍGENA IMAFLORA

INSTITUTO ECOLOGICA PALMAS INSTITUTO LINHA D’ÁGUA INSTITUTO TALANOA

ISA – INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL

ISPN – INSTITUTO SOCIEDADE, POPULAÇÃO E NATUREZA JOVENS PELO CLIMA BRASÍLIA

LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE

MARCHA MUNDIAL POR JUSTIÇA CLIMÁTICA/ MARCHA MUNDIAL DO CLIMA MÍDIA NINJA

MPA – MOVIMENTO DOS PEQUENOS AGRICULTORES MST (MOVIMENTO DOS TRABALHADORES SEM-TERRA) MTST (MOVIMENTO DOS TRABALHADORES SEM-TETO) NOSSAS

OBSERVATÓRIO DO CLIMA

PROJETO SAÚDE E ALEGRIA

RCA – REDE DE COOPERAÇÃO AMAZÔNICA REDE GTA (GRUPO DE TRABALHO AMAZÔNICO) RMA – REDE DE ONGS DA MATA ATLANTICA SOS MATA ATL NTICA

SOS PANTANAL SPVS

UBES (UNIÃO BRASILEIRA DOS ESTUDANTES SECUNDARISTAS) UJS (UNIÃO DA JUVENTUDE SOCIALISTA)

UNE (UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES) UNEAFRO BRASIL

VIA CAMPESINA WWF