Justiça turca autoriza
jornalista a sair do país


27/08/2018


A jornalista Mesale Tolu (Reprodução)

Os casos de jornalistas presos por ligação a movimentos terroristas ou rebeldes contra governos autoritários não param mundo afora. Desta vez, a notícia é boa, mas sem motivos para grande celebração. Mesale Tolu, jornalista e tradutora turco-alemã de 33 anos, voltou para a Alemanha no último domingo após ficar detida na Turquia.

Segundo o portal da emissora Deutsche Welle, ela foi presa em maio de 2017, acusada de fazer propaganda terrorista. Conseguiu sua liberdade em dezembro, mas o governo turco a impediu de deixar o país, o que finalmente aconteceu no fim de semana, supostamente após interferência diplomática.

Ao chegar à Alemanha com seu filho de 3 anos, Tolu disse não ter motivos para estar feliz. Seu marido, Suat Corlu, e outros 16 profissionais de outros países continuam impedidos de deixar a Turquia sob as mesmas acusações. Além disso, ela foi liberada pelas autoridades, mas ainda vai a julgamento no dia 16 de outubro. “É por isso que não estou muito feliz. Eu sei que nada mudou no país em que fui presa”, disse Tolu.

A jornalista nasceu na Turquia e se naturalizou alemã. Voltou ao seu país para fazer reportagens para a agência de notícias Etkin Haber Ajansi, com viés esquerdista. Além de se acusada de fazer propaganda terrorista, também foi presa sob suspeita de ser membro do Partido Comunista Marxista-Leninista, legenda proibida na Turquia.

Nos últimos três anos, a relação entre Alemanha e Turquia, que já era estremecida, ficou ainda pior. O ministro das Relações Exteriores, Heiko Maas, critica fortemente a repressão do governo do presidente turco Recep Tayyip Erdongan a dissidentes de um golpe de estado fracassado em 2016. E lembra que ainda existem outros sete alemães presos na Turquia por razões políticas.

A chance de resolução para este problema está na visita programa de Recep Tayyip à Alemanha, no mês que vem. A jornalista Mesale Tolu, inclusive, pediu à chanceler federal Angela Merkel que discuta sobra a violação dos direitos humanos com o presidente turco.

Fonte: Portal Imprensa