Demissões mobilizam jornalistas na Argentina


09/07/2018


Protestos contra demissões na Télam (Imagem: Reprodução)

As demissões, que representam 40% do quadro da empresa, começaram há nove dias, quando funcionários da agência passaram a receber telegramas comunicando o seu desligamento. Entre as 357 demissões há jornalistas de todas as seções, funcionários da área de publicidade e administração, com 10, 20 ou 30 anos de empresa, que ingressaram durante diferentes governos democráticos, segundo os representantes sindicais.

O governo de Mauricio Macri atribuiu a medida a uma reestruturação da agência oficial e denunciou o seu suposto uso político na gestão anterior, durante o governo da ex-presidente Cristina Kirchner.

O advogado trabalhista León Piasek contou à AFP, que os trabalhadores apresentaram um recurso legal para voltar à situação de antes do conflito, alegando que a lei obriga as empresas a abrirem um procedimento preventivo de crise quando as demissões são tão numerosas, o que não foi feito pela direção da agência.

Na quarta-feira (4), a Justiça obrigou a agência reincorporar um jornalista demitido que está com câncer.

De acordo com a reportagem da Istoé, 3.000 trabalhadores da imprensa foram demitidos ou perderam o seu emprego, na Argentina, pelo fechamento dos meios de comunicação desde o fim de 2015, denunciaram os jornalistas que marcharam nesta quinta no centro de Buenos Aires, rodeados por uma forte operação policial.

Na semana passada, 50 trabalhadores da privada Radio del Plata também foram demitidos.

Fonte: IstoÉ