Rússia terá duas jornalistas candidatas à presidência


31/10/2017


A jornalista Ekaterina Gordon

A jornalista Ekaterina Gordon anunciou nesta segunda-feira (30), que será candidata à presidência da Rússia nas eleições de março de 2018. A decisão foi divulgada duas semanas após a apresentadora de televisão Ksenia Sobchak também afirmar que concorrerá ao pleito. “Quero fazer uso do meu direito e apresentar a minha candidatura à presidência da Rússia”, disse Gordon em vídeo divulgado pelas redes sociais e em seu site oficial.

Segundo informações da agência EFE, Ekaterina diz que seu programa eleitoral será apresentado mais próximo da corrida eleitoral. De qualquer forma, a jornalista aponta que dará foco à proteção de crianças e mulheres. Segundo ela, esta “provavelmente será a única candidatura não pactuada com o Kremlin“.

Já a apresentadora Ksenia Sobchak, filha de Anatoli Sobtchak, antigo mentor do presidente russo, Vladimir Putin, negou fazer parte de um projeto do Kremlin e afirmou que nas eleições de 2018 buscará o voto dos insatisfeitos com a situação no país. No primeiro comparecimento público após o anúncio, a jornalista declarou que quer “quebrar as regras do jogo”, pois é contra que “qualquer pessoa, inclusive Putin, fique no poder durante 18 anos”.

Jornalistas no comando

Em setembro, a jornalista brasileira Valeria Monteiro também anunciou sua pré-candidatura à presidência da República nas eleições 2018. Em vídeo publicado no YouTube, a jornalista afirmou que ainda não se filiou a nenhum partido e que, inicialmente, pretende fazer uma campanha independente como ativista política. Valeria está afastada da televisão desde 2014.

No início de outubro a Nova Zelândia elegeu a também jornalista Jacinda Ardern como chefe de governo. Seu partido conquistou 46 cadeiras no Parlamento e conta com o apoio de mais 17 deputados. A jornalista marca uma ruptura com o discurso liberal predominante e uma de suas principais plataformas é a proibição de estrangeiros não residentes na Nova Zelândia de comprarem imóveis no país.

O fenômeno de ascensão da candidata também se explica pela sua informalidade e familiaridade com as redes sociais. Usuária das plataformas, a jornalista alimenta com imagens e textos seus eleitores sobre sua rotina. Jacinda interage muitas vezes “vestindo a camisa” do eleitorado.

Por seu histórico engajado na internet e pela pouca idade, 37 anos, Jacinda é repetidamente comparada ao presidente francês, Emmanuel Macron, e ao primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.