Militares agridem jornalistas em ato na Venezuela


01/06/2017


Foto de Luis Robayo durante protesto entre manifestantes e militares em Caracas (AFP)

Vários jornalistas, incluindo o fotógrafo da AFP Luis Robayo, foram agredidos nesta quarta-feira por militares da Guarda Nacional durante um protesto contra o presidente Nicolás Maduro em Caracas.

Robayo denunciou que foi golpeado por militares que tentaram prendê-lo quando tirava fotos dos confrontos entre manifestantes e a Guarda Nacional na autoestrada Francisco Fajardo, no leste de Caracas.

“A Guarda Nacional começou a passar de moto. Se aproximaram e um guarda me bateu várias vezes na cabeça; me empurraram, caí, me levantaram pelo colete e a câmera caiu”, revelou Robayo.

Segundo o fotógrafo, um guarda tentou tirar sua máscara contra gases e colocá-lo em uma motocicleta para prendê-lo, “mas outro, o chefe, determinou que partissem”.

Foto de Luis Robayo da AFP

Um motorista contratado pelo fotógrafo disse que os militares levaram seu carro, máscara contra gases e outros objetos.

Francisco Bruzco, fotógrafo do site Crónica Uno, denunciou ao Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) que membros da Guarda Nacional roubaram sua câmera e o agrediram.

Marco Ruiz, secretário-geral do SNTP, denunciou que o jornalista Kenyer Jaramillo, da Caracas Rádio, foi detido durante horas pela Guarda Nacional em El Paraíso, no oeste da capital, onde também ocorreram manifestações.

Vários manifestantes denunciaram que os militares dispararam tiros de cartucho e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a passeata desta quarta-feira, que seguia para a chancelaria, no centro de Caracas.

Ramón Muchacho, prefeito de Chacao (leste), confirmou que no município foram atendidos 39 feridos, entre eles um jovem “atingido por chumbo (de cartucho) no fígado” que foi operado e está estável.

O Ministério Público pediu em 18 de maio à Justiça medidas especiais para proteger os jornalistas que cobrem os protestos.

A atual onda de protestos contra Maduro, iniciada há dois meses, já deixou 60 mortos e mais de mil feridos, além de quase 3 mil detidos.

* AFP