Centro Cultural discute jornalismo independente


21/03/2016


casa_publicaA Casa Pública, primeiro centro cultural do Brasil para discutir o jornalismo e apoiar o trabalho investigativo e independente foi inaugurada, no último dia 19, no Rio de Janeiro. A programação inclui eventos, conversas entre jornalistas e o público, workshops, exposição de fotos, exibição de filmes, participação de jornalistas internacionais e produção de jornalismo com experimentação de novas linguagens, unindo informação com novas tecnologias, uso de grandes bases de dados e arte.

Segundo a jornalista Natália Viana, diretora da Agência Pública, organização que produz jornalismo investigativo e idealizadora do projeto, o espaço vai suprir o segundo objetivo da agência, que é promover jornalismo investigativo e independente.

“É um espaço para reflexão, troca e incentivo para quem está produzindo jornalismo independente no Brasil. É uma tentativa de olhar para frente, para o que vai ser o jornalismo e como podemos ajudar ao movimento de novas iniciativas que estão pipocando pelo Brasil afora, criadas por jornalistas com o objetivo de voltar à raiz do jornalismo, que é a independência editorial, e como ajudar a fortalecer esse movimento.”

Durante dois anos a Casa terá apoio de quatro fundações internacionais que financiam projetos de direitos humanos e jornalismo independente. Ela funcionará de quarta-feira a sábado, na Rua Dona Mariana, 81, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro. As portas estarão abertas para quem quiser conversar, trabalhar ou utilizar o espaço para entrevistas.

“É um espaço para apostar no novo, no que vai ser o jornalismo. Todo mundo sabe que o jornalismo está em crise, há um questionamento, uma crise de confiança, econômica e cultural. A forma como as pessoas consomem jornalismo mudou. Queremos trazer o jornalista para conversar com o público sobre isso”, esclareceu Natália.

Na inauguração, foi aberta a exposição fotográfica coletiva Legados, que traz os impactos dos megaeventos realizados no Brasil e na vida da população. Outro trabalho apresentado foi a intervenção Eu amo camelô, do coletivo artístico Opavivará, que fez cartões postais com fotos de vendedores ambulantes que trabalham dentro dos trens da cidade.

Na inauguração da Casa Pública também foi lançado o Mapa do Jornalismo Independente, com 70 iniciativas de sites liderados por jornalistas que buscam novas formas de trabalho. “Levantamos 70 sites. Todo mundo que está querendo descobrir o que está sendo produzido de legal no jornalismo, interessante, completamente independente e com um monte de informações que você não vai ver em outro lugar. Quem quiser pode entrar no nosso mapa e sugerir outras iniciativas. Já tem mais de 100 que outras pessoas sugeriram”, concluiu Natália Viana.

com Agência Brasil