Expira sem acordo prazo dado pelo El para libertação dos dois reféns


Por Cláudia Souza*

30/01/2015


 

 

Kenji Goto e Maaz al-Kassasbeh (Reprodução internet)

Kenji Goto e Maaz al-Kassasbeh (Reprodução internet)

Grupo terrorista estabeleceu até o início da noite desta quinta-feira, 28, a soltura da iraquiana Sajida al-Rishawi, em troca dos reféns Kenji Goto, jornalista japonês, e de Maaz al-Kassasbeh, piloto jordaniano, ameaçados de  morte pelo EL, mas não há notícias sobre as negociações.

Em um trecho do áudio divulgado pelo Twitter, supostamente gravado por Kenji Goto, o jornalista diz que tem apenas 24 horas para viver, e que al-Kassasbeh ainda menos. “Qualquer atraso por parte do governo jordaniano significará que é responsável pela morte de seu piloto, que será seguida pela minha.”

Horas antes de terminar o segundo prazo determinado pelo Estado Islâmico, o governo jordaniano exigiu uma “prova de vida” do refém antes do estabelecimento de qualquer  acordo.

— Nossa posição, desde o início, é a de garantir a segurança e a libertação de nosso piloto para libertar a iraquiana Sajida al-Rishawi, condenada à morte por envolvimento em um atentado terrorista em Amã, em 2005. Pedimos provas de que ele continua vivo, mas não recebemos nada até agora, declarou o porta-voz do governo Mohammad Al-Momeni, ressaltando que Sajida al-Rishawi continua na prisão.

De acordo com o Centro Americano de Monitoramento de Sites Islâmicos (Site), o Estado Islâmico exige que Sajida al-Rishawi seja transferida para a fronteira sírio-turca. No posto fronteiriço turco de Akçakale, em frente à cidade síria de Tall Abyad, sob controle do Estado Islâmico. Cerca de 50 jornalistas de várias nacionalidades permaneceram no local para registrar a provável libertação.

Safi el Kasasbeh, pai do piloto Maaz al-Kassasbeh, afirmou que a família continua sem notícias sobre a libertação do filho.

— Nós não tivemos nenhuma indicação de que Maaz está vivo. O governo não nos diz nada sobre as negociações, e eu não acredito que eles estejam levando o assunto a sério. Só podemos esperar.

O chefe de gabinete de governo japonês, Yoshihide Suga, declarou na noite de sexta-feira, 30, (horário de Tóquio) que o país está mobilizado para a soltura dos reféns, mas não informou se as negociações estavam avançando.

Em mensagem divulgada pela emissora britânica BBC, Rinko Goto, mulher do jornalista Kenji Goto pediu mais esforços por parte das autoridades:

— Peço ao governo jordaniano e japonês que entendam que o destino dos homens está em suas mãos. Meu marido é um homem bom e honesto, que foi para a Síria para mostrar as dificuldades vividas por aquele povo.

Cerco

Os extremistas do EL capturaram o jornalista Kenji Goto provavelmente no fim de outubro, e o piloto Maaz al-Kassasbeh em 24 de dezembro, depois da queda do avião que ele pilotava em uma zona da Síria onde ocorria um ataque aéreo liderado pelos Estados Unidos contra membros do grupo terrorista. Tropas curdas e iraquianas também tentam expulsá-los das regiões no Iraque e Síria, nas quais o EL estabeleceu o cerco.

*Com G1, O Globo, agências internacionais