Hélio Fernandes é homenageado durante Seminário de Democratização da Mídia


17/03/2014


Orlando Guilhon (Fale-Rio) expondo suas preocupações a respeito da criação do  Canal da Cidadania. Sentados a mesa, Daniel Fonseca (Intervozes),  Daniel Mazola (ABI) e Rafael Duarte (APN).

Orlando Guilhon (Fale-Rio) expondo suas preocupações a respeito da criação do Canal da Cidadania. Sentados a mesa,
Daniel Fonseca (Intervozes), Daniel Mazola (ABI) e Rafael Duarte (APN).

Considerado um dos maiores nomes da imprensa brasileira, o jornalista Hélio Fernandes foi homenageado durante a 3ª edição do Seminário Livre pela Democratização da Mídia, realizado na última segunda-feira, 10 de março, por iniciativa da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). O evento, cuja primeira edição aconteceu em agosto de 2013, destacou a trajetória de Fernandes, que não pode comparecer ao evento devido a problemas de saúde. Ele foi representado pelo amigo e procurador Roberto Monteiro Pinho.

“Helio Fernandes continua sendo o mesmo repórter incansável com informação e opinião. Símbolo maior do jornalismo ético e com compromisso social”, disse Daniel Mazola, Secretário da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos.

Com o objetivo de estimular a democratização da mídia nacional, o evento debateu novos mecanismos para garantir transparência nos processos de distribuição de concessões e garantir a ampliação da participação da população na definição das políticas para o setor.

Uma das pautas do encontro foi a mobilização na cidade do Rio de Janeiro para a criação de emissoras comunitárias de TV aberta, o que pode ser viabilizado por meio da implementação do Canal da Cidadania. Daniel Fonsêca, representante da Frente Ampla pela Liberdade de Expressão (Fale-Rio) e do Intervozes, destacou que o canal é um ponto da resistência da sociedade civil no modelo de TV digital adotado no País que beneficiou basicamente os interesses comerciais.

“Mesmo com a implementação dessa política de diversificação, é preciso se precaver contra práticas como a do ‘coronelismo eletrônico’, em que chefes políticos locais se utilizam do poder de mando para interferir no funcionamento da comunicação”, argumentou Fonsêca.

Repórter da Agência Petroleira de Notícias (APN) e integrante da TV Comunitária, Rafael Duarte resgatou o histórico de luta das TVs não-comerciais e afirmou que a complementaridade dos sistemas prevista na Constituição Federal nunca foi cumprida de forma efetiva.

“O Canal da Cidadania pode se constituir como marco revolucionário da sociedade brasileira, a oportunidade dela intervir e andar a passos largos”, afirmou confiante o vereador Reimont (PT) durante o III Seminário, que teve como principais temas “Perspectivas para democratizar a mídia” e “Canal da Cidadania”.

O deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) considera que “a democratização da comunicação já acontece por meio da mídia alternativa” e questionou a destinação da verba publicitária governamental para conglomerados de mídia como a Globo que “devem mais de 2 bilhões de reais ao fisco”.

Representante do jornal Brasil de Fato no Rio de Janeiro, Joaquim Pinheiro defendeu o direito dos meios populares terem acesso ao dinheiro público que financia a mídia por meio dos governos, e que isso seja feito mantendo-se a garantia da autonomia do veículo.