10/09/2018
Oito dias após o incêndio que destruiu parte do acervo do Museu Nacional, equipes começam o trabalho de estabilização da estrutura do prédio nesta segunda-feira (10).
De acordo com o diretor do museu, Alexander Kellner, a chuva pode atrapalhar o avanço das próximas etapas.
“A chuva é inimiga da gente. Nesse momento, já solicitamos às autoridades competentes se a gente pode, em certas áreas, colocar lonas para proteger e vamos fazer isso ainda hoje”, disse Kellner.
Ao longo desta semana, também serão instaladas coberturas no prédio para proteger da ação do vento e da chuva para que isso não atrapalhe as escavações.
“A UFRJ se comprometeu, a partir de hoje, a colocar os tapumes e iniciar pequenas intervenções para garantir a segurança do prédio. É uma zona de desastre. Equipes estão trabalhando para verificar o que pode ser feito para restaurar o prédio o quanto antes”, explicou o diretor do museu.
Alexander Kellner destacou que, é preciso fazer um estabelecimento do canteiro de obras e das informações necessárias para que se possa pleitear a verba emergencial.
Para fazer o escoramento, equipes especializadas serão contratadas. Segundo Kellner, grande parte do prédio do museu precisa ser escorada para que a Polícia Federal também faça o trabalho necessário.
“Isso está sendo feito com visita de técnicos para que estabeleçam um orçamento de quais paredes e como elas vão ser escoradas”, explicou o diretor.
Antes e depois: veja como era e como ficou o prédio
Museu Nacional foi palco de momentos históricos na história do Brasil
Nesta segunda-feira, a área de isolamento do museu também foi ampliada e policiais federais reforçam a segurança.
Ainda não há previsão para que os pesquisadores entrem no Museu Nacional para ajudar nas escavações.
Uma semana sem respostas
O incêndio completou uma semana neste domingo (9), mas segue sem respostas. O fogo começou por volta das 19h30 do dia 2 de setembro e foi controlado no fim da madrugada do dia seguinte. O Museu Nacional completou 200 anos em 2018 e já foi residência de um rei e dois imperadores.
A maior parte do acervo, de cerca de 20 milhões de itens, foi totalmente destruída. Fósseis, múmias, registros históricos e obras de arte viraram cinzas. Pedaços de documentos queimados foram parar em vários bairros da cidade.
Os peritos já identificaram onde o fogo começou, mas não divulgaram o local exato para evitar especulações sobre a causa da tragédia. A investigação não descartou a hipótese de incêndio criminoso.
O esforço agora é pela reconstrução e pelo levantamento do acervo que escapou do fogo. Parte da coleção dos povos indígenas do Brasil foi preservada porque estava em uma exposição em Brasília. São 262 peças expostas no memorial dos povos indígenas desde o dia 28 de agosto, cinco dias antes do incêndio.
Fonte: portal G1