12/11/2024
A antologia Oralidade agora se escreve foi lançada no dia 12 de novembro na Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Esta obra é a culminação de um processo de cura ancestral, no qual a tradição oral se transforma em registro escrito, celebrando e preservando as histórias de vida e as experiências de mulheres negras. A antologia destaca-se como um marco de representatividade e resistência, enobrecendo a narrativa coletiva dessas mulheres.
O livro é o resultado da oficina Multiplicando saberes ancestrais: Oralidade agora se escreve, conduzida pela escritora Lia Vieira no Museu do Samba, no Rio de Janeiro. Idealizado para incentivar mulheres negras a utilizarem a escrita como meio de expressão e autoconhecimento, o projeto ressalta a escrita como um ato de resistência e afirmação de vivências. Com a curadoria de Kenya Mello e Julia Jóia, o conselho editorial da antologia buscou, desde o início, demonstrar o impacto transformador que a escrita pode exercer. Na oficina, as participantes tiveram a oportunidade de exercitar a “escrevivência” — termo cunhado pela escritora Conceição Evaristo —, refletindo sobre suas trajetórias e experiências.
A antologia reúne 26 autoras de diferentes origens e ocupações, em sua maioria mulheres de perfil popular, além de acadêmicas, escritoras consagradas e iniciantes, educadoras, psicólogas, empresárias, ativistas, jornalistas e advogadas. Entre elas, 21 são do Rio de Janeiro, incluindo uma residente em Londres, e 5 de Brasília, representando a diversidade e a multiplicidade de vozes e perspectivas que compõem a coletânea. A capa da obra é uma homenagem à ativista e arte educadora Lydia Garcia, de 86 anos, cuja trajetória inspiradora é reverenciada na antologia.
Esta coletânea literária simboliza um “aquilombamento” de vozes, fortalecendo um espaço onde mulheres, frequentemente silenciadas por barreiras sociais e culturais, encontram agora oportunidade de expressão e fortalecimento coletivo. O evento de lançamento será uma celebração de resistência e uma reafirmação do valor inestimável dessas histórias.
Agradecimento
A escritora Lia Vieira enviou um agradecimento à ABI pela realização do evento Oralidade agora se escreve.
À Associação Brasileira de Imprensa
Juntos fizemos acontecer.
O dia 12 de novembro de 2024, foi, sem dúvida, um momento de intensas e emocionantes revelações em nossas vidas.
Ninguém faz nada sozinho e queremos, dizer que o sucesso desse Projeto: Oralidade Agora Se escreve é uma conquista de parcerias que se somaram durante todo o Projeto.
Fizemos diferenças importantes na vida das pessoas porque desde o primeiro momento o elemento principal foi Solidariedade e Afeto elementos principais de restauração, cura, libertação e amor.
Gratidão.
Por vivermos momentos de orgulho da nossa e de tantas trajetórias que nos trouxeram até este momento de amorosidade e respeito à quem somos.
Que possamos sempre ser exemplo e elemento de transformação.
Gratidão e apreço por ter se unido a nós.
Especiais agradecimentos à Diretoria de Igualdade Étnico Racial da Associação Brasileira de Imprensa: Luiz Paulo Lima, Marcos Gomes, Marielli Patrocínio, Marcelo Moraes Teles e Jamile Barreto, incansáveis no incentivo e construindo coletivamente esse desafio histórico.
Lia Vieira, escritora, coordenadora da oficina Multiplicando Saberes Ancestrais: Oralidade Agora se Escreve.