Unesco repudia assassinato de jornalista no México


Por Cláudia Souza

13/05/2015


"Parem de matar jornalistas", dia a mensagem em foto da Unesco

“Parem de matar jornalistas”, dia a mensagem em foto da Unesco

 

Irina Bokova, chefe da agência da ONU encarregada de promover e proteger a liberdade de expressão e de imprensa, exigiu rigor e celeridade nas investigações sobre a morte do repórter Armando Saldaña Morales, cujo corpo foi encontrado na última segunda-feira, em Oxaca, no México.

Diretora-geral da Unesco, Irina Bokova instou as autoridades mexicanas “a conduzirem uma investigação completa” sobre o assassinato do jornalista Armando Saldaña Morales, de 52 anos, cujo corpo, cujo corpo, com marcas de tiros e sinais de tortura, foi encontrado por policiais ao lado de uma pick-up branca abandonada sem placa, por volta das 15h40, do último dia 4, no município de Acatlán de Pérez Figueroa, 352 quilômetros a sudeste da cidade do México, do outro lado da fronteira de Veracruz, onde o jornalista residia.

O jornalista apresentava o noticiário na rádio La Ke Buena, da cidade de Tierra Blanca, no Estado de Veracruz, e trabalhou ainda nos jornais “El Mundo de Córdoba”, “El Sol de Córdoba”, “La Crónica de Tierra Blanca” e na Radio Max.

— Crimes contra jornalistas afetam o conjunto da sociedade e limitam nossa capacidade como cidadãos de fazer escolhas informadas. Por esta razão, é essencial que tais crimes não fiquem impunes. Exigimos que as autoridades mexicanas conduzam uma investigação completa sobre o crime, declarou Irina Bokova.

Outro caso que preocupa as entidades de defesa dos profissionais de imprensa de todo o mundo é o do repórter mexicano Bernardo Javier Cano Torres, que está desaparecido desde a última quinta-feira, dia 7.

Em nota, a Comissão Internacional de Direitos Humanos (CIDH) ressaltou as dificuldades do trabalho jornalístico no México. “A situação de violência contra os jornalistas neste país têm sido motivo de preocupação para a categoria. Pedimos às autoridades que investiguem de forma exaustiva as hipóteses sobre os ataques estarem relacionados com o exercício da profissão jornalística.”, diz o texto.

O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) condenou o assassinato e reivindicou a garantia de que os criminosos sejam responsabilizados:

— Os jornalistas têm pago um alto preço para informar no México. Estão sendo rotineiramente mortos ou desaparecidos com total impunidade. As autoridades federais devem investigar esse crime, examinar profundamente as reportagens de Armando Saldaña como possível motivo, e levar os responsáveis à Justiça, disse em Nova York(EUA), Carlos Lauría, coordenador do programa das Américas do CPJ.

Octavio Bravo Bravo, colega do jornalista na emissora, disse ao CPJ que o viu pela última vez no sábado em Veracruz.  O jornal local “Crónica de Tierra Blanca” informou que o jornalista desapareceu depois de uma festa. Reportagem do jornal “El Mundo”,  informou que o colega teria sido interceptado por homens armados quando se dirigia para casa. Octavio Bravo Bravo disse ainda que nos dias que antecederam o crime, Armando Saldaña havia noticiado o suposto roubo, por membros do crime organizado, de produtos petrolíferos dos oleodutos pertencentes a Petróleos Mexicanos, ou Pemex, empresa estatal de petróleo.