Televisão


07/03/2006


“Você gosta de seriados de investigação? Gosta de séries ambientadas em hospitais? Gosta de personagens controvertidos e polêmicos? Pois House lembra Sherlock Holmes, mesmo disfarçando o sotaque inglês de seu intérprete — o excelente ator Hugh Laurie, melhor que todos os elencos de ‘ER’ juntos —, e investiga casos intrincados em que os suspeitos podem ser vírus, bactérias e outros ‘bichos’, flagrados, desmascarados e ‘punidos’ por ele no Hospital Princeton-Plainsboro. Ah, ficaram faltando a controvérsia e a polêmica. Quem conhece o Dr. House já sabe: ele tem um gênio (típico dos gênios) dificílimo e, literalmente, cara de poucos amigos, odeia fazer contato com os pacientes e é capaz de barbaridades em nome da medicina (até praticamente matar o doente). Precisa dizer mais? Talvez apenas que, apesar — ou por causa — disso, ele esbanja chame e carisma e é a melhor coisa em cartaz na TV!”

Sol J. Vega, redatora e editora

“Para abalar a ‘marra’ de que jornalista é metido a intelectual, vou recomendar séries de TV, quatro de uma vez. ‘Pushing daisies’ (Warner) tem visual surreal, história idem e personagens entre hilários e pungentes que fazem dela um tremendo achado. ‘CSI’ (AXN), a mãe de todas as séries de investigação científica, ainda é a única em que todos os personagens são tridimensionais. ‘House’ (Universal) é o ídolo dos médicos (todos gostariam de dizer aos seus pacientes o que o herói diz para os dele) e, também, o egocêntrico manipulador mais charmoso da televisão. E, finalmente, tem ‘Numb3rs’ (A&E e Telecine Action). Você acha que Matemática Pura não serve para nada? Então olhe outra vez e, de preferência, na direção de Charlie Eppes e suas equações detetives.”

Ivson Alves, da Assessoria de Comunicação da Eletrobrás

“Recomendo o box da segunda temporada da série ‘Roma’. Trata-se de uma interessante reconstituição histórica, muito bem produzida. Às vezes fica até difícil reconhecer a cidade que em geral imaginamos nas aulas de História ou em outros filmes épicos. Além de retratar importantes acontecimentos e a efervescência política da época, a produção da HBO mostra bem o lado humano dos personagens, com suas intrigas e disputas de ego.”

Igor Waltz, estagiário

“Com nova temporada recém-estreada no ar, o detetive obsessivo-compulsivo Adrian Monk (Tony Shalhoub) mostra que ainda é capaz de surpreender. No episódio exibido na TV paga no último dia 24, ele começa a progredir em seu tratamento até que um ator começa a persegui-lo e a imitá-lo para a realização de um filme baseado em um dos casos que resolveu. Na TV aberta, a série é exibida às sextas-feiras e ainda está na primeira temporada. Na por assinatura, ‘Monk’ já está na quinta.”

Marcelo Bartolomei, freelancer 

“Há uns cem canais na TV por assinatura, mas, veja só, o melhor programa foi produzido em meados do século passado e só está disponível através de uma coleção de cinco DVDs: ‘Apostando tudo’ (‘You bet your life’), apresentado por Groucho Marx na televisão norte-americana entre 1950 e 1961. Começou como um gameshow estrelado por pessoas comuns (mas que nem por isso deixavam de ser esquisitas e engraçadas) e, aos poucos, foi praticamente se transformando em um talkshow repleto de convidados famosos (o boxeador Joe Louis, o compositor Harry Ruby e muitos outros), que serviu de base para os David Lettermans, Jay Lenos e até Jô Soares da vida. Mas, claro, nenhum deles jamais conseguiu chegar perto do humor mordaz e da mente veloz de Groucho, que é divertidíssimo! Como complemento, vale ler a sua famosa autobiografia, ‘Groucho e eu’, e, é claro, rever todos os filmes dos Irmãos Marx. A cartilha do grouchomarxismo nunca decepciona.” 

João Eduardo Veiga, assessor de imprensa das editoras Bertrand Brasil e José Olympio 
(Grupo Editorial Record) 

“Quem gosta de humor inteligente não pode deixar de ver o recém-lançado DVD ‘Imitações’, do piauiense João Cláudio. Discípulo de Chico Anysio, com quem contracenou na ‘Escolinha do Professor Raimundo’, na TV Globo, vivendo o personagem Caretano Meloso, o humorista — que se projetou imitando Luiz Gonzaga, o Rei do Baião — comemora seus 15 anos de carreira imitando também João Gilberto, Chico Buarque, Caetano Veloso, Alceu Valença, Jackson do Pandeiro, Dercy Gonçalves, Lula, Brizola e Oscar Niemeyer, entre outras personalidades brasileiras. Vale a pena. João Cláudio conta, canta e encanta.”

Zózimo Tavares, editor do Diário do Povo em Teresina-PI 

“Parece mentira, mas os reality shows não se alimentam apenas de modelos e ‘atrizes’ aspirantes ao estrelato. Por incrível que pareça, ainda há sinais de vida inteligente nesse modelo já tão desgastado. Uma boa surpresa é o programa ‘30 days’, exibido pelo canal por assinatura FX. O diretor, Morgan Spurlock, é o mesmo do premiado documentário ‘Supersize me — a dieta do palhaço’. Em ‘30 days’, Spurlock acompanha o dia-a-dia de pessoas tiradas de seu ambiente tentando se adaptar a uma sociedade completamente diferente. O próprio diretor e sua namorada participam de uma experiência em que se mudam para uma pequena cidade, onde conhecem a dureza de quem precisa sobreviver com empregos que pagam cerca de seis dólares por hora. Qualquer semelhança com a vida de um trabalhador brasileiro não seria mera coincidência. Em outro episódio, um mauricinho machista é obrigado a dividir um apartamento com um gay num bairro gay e, logicamente, a freqüentar bares gays. Hilário. Mas educativo também. A programação é aquela de TV paga, com muita repetição etc. Mas não custa dar uma pesquisada.”

Angélica Miranda, editora e roteirista de TV