SJPMRJ realiza assembleia sobre o dissídio da categoria nesta quinta-feira


24/03/2014


sjpmrj

O Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ) realiza assembleia nesta quinta-feira, dia 27, às 11h, e às 19h, no auditório do Sindicato, localizado no Centro do Rio, para analisar todas as propostas das empresas de comunicação em relação à pauta proposta pela categoria.

Leia abaixo a nota do sindicato sobre a negociação:

“Apesar de apresentarem, enfim, uma proposta de piso salarial e de valor de face dos tíquetes refeição e alimentação, os patrões de rádio e TV querem fixar quantias irrisórias para esses benefícios e se recusam a conceder reajuste salarial acima da inflação para os jornalistas do Rio. A contraproposta, entregue em rodada de negociação com o Sindicato na última quarta-feira (19) será analisada em assembleia nesta quinta-feira (27), às 11h e às 19h, no auditório do Sindicato (Rua Evaristo da Veiga 16 17º andar, Centro do Rio). É importante a presença de todos os jornalistas para pressionarmos pelo aumento desses valores. A negociação com os patrões de jornais e revistas será na quarta (26).

As empresas de radiodifusão ofereceram reajuste salarial de 5,26% este ano. O percentual não cobre nem a reposição da inflação pelo menor índice apurado pelo IBGE, o INPC, que fechou janeiro acumulado em 5,39%. O Sindicato rejeita a proposta e segue firme em busca de aumento real para os jornalistas.

Houve avanço na inclusão de uma cláusula sobre piso salarial, proposta que era rechaçada pelos patrões. Os valores de R$ 1.274 (televisão) e R$ 1.132 (rádio) para cinco horas de trabalho, no entanto, são insuficientes e não correspondem à realidade, pois teriam sido calculados somente sobre a inflação desde 1996, desconsiderando os aumentos reais obtidos pela categoria de lá para cá.

O avanço em partes também ocorreu na discussão sobre as cláusulas de alimentação. Os patrões concordaram em fixar um valor de face para os tíquetes refeição e alimentação, mas querem dar apenas R$ 200 – o que daria R$ 7,69 por dia, praticamente um ‘vale-açaí’. Nesse ponto, as negociações em jornais e revistas estão mais avançadas e, se dependesse dos patrões, o açaí poderia vir acompanhado de um misto quente: oferta de R$ 377 na última rodada – ou R$ 14,50 por dia.

Causou estranheza ainda uma cláusula da contraproposta que prevê ‘escala especial de trabalho’. O setor jurídico do Sindicato avalia que medida anula por completo as obrigações das empresas com banco de horas, já que, redigida de forma vaga, propõe a adoção de prazos especiais para compensação das horas extras, acordados entre a chefia e o jornalista. Foi rejeitada ainda a cláusula que prevê a contagem das horas de trabalho do funcionário em externas somente após a sua chegada ao local, desobrigando a empresa de zelar pelo empregado também durante seu deslocamento, como prevê a lei.

Os patrões de rádio e TV incluíram ainda um parágrafo na cláusula de garantia de emprego às vésperas da aposentadoria que, se aprovada, anularia totalmente o benefício.

Diz lá que a estabilidade do jornalista que está há um ano de sua aposentadoria pode ser convertida em indenização. A redação genérica também abre brecha para que o recurso seja usado em outros tipos de estabilidade, como na licença maternidade, avalia o Sindicato.

As empresas mantiveram ainda a cláusula de ‘entendimento prévio’, que já havia sido recusada pelos trabalhadores na proposta anterior. Ela prevê que o Sindicato deve entrar em contato com a empresa antes de entrar com denúncias ou ações judiciais. Todas essas propostas, que afetam diretamente a vida de todos nós jornalistas, serão analisadas na assembleia do dia 27, às 11h e às 19h. A sua presença é fundamental.”

*Com informações do SJPMRJ