Quando um(a) jornalista é agredido(a), todos(as) são atingidos!


17/10/2022


Jornalista não vota em quem ataca jornalista! Desde que assumiu a presidência, Jair Bolsonaro protagonizou cenas de ataques a jornalistas e ao jornalismo, com distinto desrespeito direcionado a jornalistas mulheres.

Derrotar Bolsonaro é defender a liberdade de imprensa, o exercício de nossa profissão com segurança e com melhores condições de trabalho. Derrotar Bolsonaro é defender uma sociedade com justiça e equidade para todas as pessoas.

Nós não esquecemos. E você?

Confira o manifesto da Diretoria do SJPDF: https://bit.ly/3CztbCl

No dia 30 de outubro, as brasileiras e os brasileiros definirão o futuro do país entre projetos opostos. Uma eleição presidencial histórica em muitos sentidos, que exige o posicionamento de entidades e pessoas contra um desfecho que pode ser desastroso para a nação. É nesse contexto que o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) apresenta este manifesto para a categoria e a sociedade.

Desde o início de seu mandato, Jair Bolsonaro tem reiteradamente atacado a nossa categoria. Ao longo de quatro anos, jornalistas foram alvo de centenas de violências perpetradas pelo atual presidente da República e reproduzidas por membros de seu governo e seus seguidores, nas ruas e nas redes.

Somente entre 2019 e 2021, a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) contabilizou 443 ataques diretos de Bolsonaro a profissionais de imprensa e a veículos de comunicação.

Nesses três anos de governo, o presidente Jair Bolsonaro foi, sozinho, o responsável por aproximadamente 41,6% dos ataques a veículos e profissionais. Em 2019 e 2020, ele fez 259 ataques genéricos e generalizados à classe e aos meios de comunicação, e cometeu 34 agressões e ameaças diretas a jornalistas.

No ano passado, segundo o levantamento, foram 129 episódios de descredibilização da imprensa e 18 agressões verbais a profissionais específicos. Os ataques, majoritariamente de caráter machista racista e homofóbico, são tão extensos quanto intensos e graves, principalmente quando trata-se das jornalistas mulheres.

A postura do chefe do Executivo também incentivou a institucionalização da censura em órgãos de comunicação pública e estatais, além da descredibilização da imprensa de forma ampla entre seus apoiadores. Em 2020, houve 76 casos de censura na EBC e outros nove envolvendo outros veículos de comunicação, um aumento de 750% em relação ao ano anterior. Já em 2021, foram registradas 140 ocorrências de censura, a maioria delas (138), cometidas por dirigentes da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), empresa pública aparelhada por Bolsonaro.

Além dos ataques diretos a jornalistas e ao jornalismo, as medidas adotadas pelo governo nos últimos quatro anos representaram um profundo ataque aos direitos trabalhistas, fragilizando as relações de trabalho em nosso país. E o desmonte de dezenas de políticas públicas e órgãos de controle, fiscalização e assistência à população resultou no cenário de fome, miséria, descaso com a vida de brasileiros e brasileiras e com nossos recursos naturais que atualmente enfrentamos.

Durante a pandemia de covid-19, nossa categoria cobriu a escalada do Brasil no ranking mundial de mortes pela doença até chegarmos à posição de segundo país com maior número absoluto de óbitos, enquanto o presidente da República debochava das vítimas, duvidava de cientistas e profissionais de Saúde da linha de frente no combate ao vírus, sabotava medidas de contenção e isolamento e atrasava propositalmente a compra de vacinas – motivos que o levaram a ganhar a pecha de genocida.

O trabalho da imprensa nesse período foi reiteradamente atacado por Bolsonaro em sua guerra de narrativas. Além de arriscarem suas vidas para levar os fatos ao povo, nossos profissionais também precisaram lidar com a hostilidade e a descrença de parte da população, alimentadas pelas fake news governamentais.

As notícias falsas massivas, estratégicas para o presidente e seus aliados, representam ameaça direta à credibilidade da categoria. Não só os jornais sofrem com a perda de confiança dos cidadãos, mas os próprios jornalistas, cujas carreiras são desmoralizadas por intensas campanhas de difamação.

Não bastasse a crise no jornalismo, a própria democracia é desvalorizada e vilipendiada no discurso e nas ações bolsonaristas. E nós, jornalistas, temos o dever primordial de zelar pelos princípios democráticos e constitucionais do país, assim como denunciar ameaças a eles.

Nosso Código de Ética diz expressamente que devemos nos opor “ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos” e ainda “defender os princípios constitucionais e legais, base do estado democrático de direito”, entre tantos pontos que nos colocam em posição oposta a Jair Bolsonaro.

Temos, portanto, a obrigação de apresentar uma posição firme e irredutível de oposição à reeleição do atual presidente da República, Jair Bolsonaro. Sob ameaça de, concretizada sua renovação no poder, não termos sequer uma República para defender, e sim um regime autoritário a sequestrar a nação.

Pelo respeito ao nosso exercício profissional e contra a censura, pelo povo que devemos informar e pelos princípios democráticos que juramos defender, entendemos como única via possível o voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – candidato que hoje não representa somente uma federação ou partido, mas a ampla frente de lideranças políticas, intelectuais, trabalhadores e organizações que compartilham a noção da importância histórica dessa escolha.

Conscientes do nosso papel como organização sindical, nos unimos a esse crescente movimento e defendemos o voto em Lula no dia 30 de outubro. Que essa página infeliz da nossa história seja encerrada o mais breve possível. É tempo de esperança e reconstrução. É 13.

Diretoria do Sindicato de Jornalistas Profissionais do Distrito Federal

Ninguém vai nos calar! Jornalistas em luta.