Presidente assina primeira coluna em jornal


08/07/2009


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou hoje a primeira coluna semanal “O Presidente Responde”, que será publicada todas as terças-feiras em 94 jornais cadastrados pelo governo federal. Inscreveram-se para receber o material, 69 veículos diários, três bissemanais e 22 semanais, quinzenais ou mensais.

A região Sudeste concentra a maior parte dos veículos, com 43 jornais cadastrados, seguida pelas regiões Nordeste, com 19 jornais inscritos; Sul, 18; Norte, nove; e Centro-Oeste, cinco. A coluna tem o formato de perguntas e respostas e deverá ser publicada sempre às terças-feiras.

Formuladas pelos leitores dos jornais, as perguntas devem abordar temas relacionados às políticas públicas e ter relevância e interesse jornalísticos. A seção responde a perguntas de leitores enviadas aos veículos cadastrados e repassadas à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Cabe ao Governo a seleção semanal de três perguntas entre as enviadas. Só são escolhidas aquelas que tratam de “temas relacionados às políticas públicas e que tenham relevância e interesse jornalísticos”, como definiu o Planalto.

Na estréia da coluna nesta terça-feira, o Presidente Lula respondeu sobre dúvidas dos leitores sobre os gastos do Governo federal com a Copa do Mundo de 2014, o programa “Minha Casa, Minha Vida” e o Sistema Único de Saúde (SUS).

Copa do Mundo

Uma das perguntas respondidas pelo Presidente foi formulada pela professora universitária Natália Miranda Viera, residente em Natal (RN), que queria saber como o Governo federal vai garantir que não haja sangria de dinheiro público nas obras para a Copa de 2014, a exemplo dos Jogos Pan-Americanos de 2007 do Rio de Janeiro.

O Presidente respondeu que não houve sangria de gastos públicos nos jogos Pan-Americanos, mas que “os investimentos superaram o previsto”. Ele explicou que o planejamento do evento não foi da responsabilidade da União, que teve que arcar com uma série de compromissos de estado e do município. Disse também que o Governo federal fará um planejamento detalhado das obras da Copa e depois reunirá representantes dos Estados e dos municípios envolvidos “para definir responsabilidades, dando transparência ao processo”.

Outra pergunta enviada ao Presidente Lula veio da pensionista Leila Dalgolbo, que reside em Cariacica (ES). Ela queria saber o motivo de não ser incluído no programa “Minha Casa, Minha Vida” o desconto das prestações da casa própria em folha de pagamento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Lula respondeu que o desconto poderá “vir a ser realizado pelo programa”.

Leila quis saber também a razão de os interessados no programa não poderem se cadastrar por meio da Internet, para que não precisem enfrentar longas filas. O Presidente fez elogios à sugestão da pensionista e disse que “as áreas específicas do Governo serão acionadas para o estudo e a possível adoção dessa alternativa”.

Saúde

A terceira pergunta respondida pela coluna foi formulada pela dona de casa Anna Maria Marcus, de Diadema (SP), que perguntou ao presidente por que é tão difícil o SUS no Brasil oferecer assistência médica de qualidade. O Presidente Lula disse que o Governo reconhece que o sistema de saúde no Brasil enfrenta problemas, como “filas grandes e dificuldades para se marcar um exame ou consulta, o que é um transtorno para pessoas mais fragilizadas”.

Segundo o Presidente a causa da dificuldade de atendimento deve-se ao fato de o Brasil ter “o maior sistema de saúde pública do mundo, uma vez que 70% dos brasileiros dependem exclusivamente dele”. Lula justificou a queda de qualidade do atendimento do SUS à perda da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF): “Perdemos volume expressivo de recursos, que esperamos recompor com a regulamentação, pelo Congresso, da Emenda Constitucional 29”.

A Emenda 29 obriga a estados e municípios a investirem 12% e 15% da arrecadação de impostos em saúde. Já o Governo federal em 2000 foi obrigado a investir 5%, nos anos seguintes teve que aplicar valores corrigidos pela variação nominal do PIB.