O dia em que Milton Coelho revelou a autoria militar no atentado do Riocentro


30/05/2021


Foto: Anibal Philot (O Globo)

Por Miro Teixeira, jornalista.

Na noite de 30 de abril de 1981 artistas se exibiam no Riocentro lotado, em comemoração ao Dia do Trabalho, quando uma bomba explodiu.
As primeiras notícias não esclareciam sobre a existência de vítimas.
O primeiro telefonema veio de Milton Coelho da Graça, ainda com essas precárias informações.
Quinze minutos depois, nova ligação: “-Foram os milicos”.
O que se passa depois é mais conhecido.
A bomba explodiu no interior do carro em que se encontravam os escalados para o ato terrorista e matou o sargento Guilherme Pereira do Rosário e feriu gravemente o capitão Wilson Machado, socorrido no Hospital Miguel Couto.
Milton Coelho desenhava uma primeira página com as fotos do local e do capitão no hospital, quando os censores chegaram à redação de O Globo.
Milton fechou a página na oficina, enquanto na redação era diagramada uma falsa página.
Quando a repressão percebeu, o jornal já estava nas ruas.
O povo estarrecido tomou contato com o terrorismo oficial e, para mim, aí a ditadura despencou.
Somos todos devedores de Milton Coelho da Graça e de sua companheira de todos os momentos, D. Leda, queridos amigos.
Milton deixa saudade e História.