Mais um repórter morto no México; o terceiro em 2016


22/02/2016


foto moises

O jornalista Moisés Dagdug

O jornalista Moisés Dagdug, 65, empresário de rádio e ex-deputado do Partido Federal da Revolução Democrática (PRD), foi assassinado em sua casa em Tabasco, no sudeste do país. A informação foi confirmada pelo diretor de notícias do Grupo VX, Ángel Antonio Jiménez, que denunciou ameaças feitas ao comunicador.

A agência EFE informou que o incidente ocorreu na madrugada do último sábado (20/2), na casa do jornalista. Após esfaquearem Dagdug, os assaltantes levaram o carro dele.

O jornalista, crítico do atual governador Arturo Nunez Jimenez, era conhecido por ser diretor do Grupo VX e apresentar um programa na rádio XEVX, no qual fazia denúncias. “A própria linha editorial do VX era crítica e questionava a atuação do governo”, ponderou Jiménez.

“Ele não tinha medo de dizer que havia recebido ameaças. E elas foram constantes. Ele mudou seu estilo de vida drasticamente”, revelou o amigo, que destacou não poder confirmar ainda o motivo do crime.

Ano sangrento para a imprensa no México

Ele é a terceira vítima fatal somente no início deste ano. A repórter Anabel Flores Salazar, do jornal El Sol de Orizaba, foi sequestrada por um grupo de homens armados que invadiu sua casa no estado de Veracruz, no México, no último dia 8 de fevereiro. O corpo dela foi encontrado no dia seguinte.

Marcos Hernández, correspondente do diário Notícias, Voz e Imagem, de Oaxaca, foi atingido por um disparo na cabeça momentos antes de entrar em seu carro, no município San Andrés Huaxpaltepec, no dia 21 de janeiro. O jornalista, de 38 anos, havia escrito recentemente reportagens sobre a situação de rádios comunitárias e dos indígenas da região.

De acordo com a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), durante a última década foram assassinados mais de 80 no México. Cerca de 17 estão desaparecidos. O número aponta que o país é um dos mais perigosos do mundo para exercer a profissão.