Durante seus 103 anos de vida, Barbosa Lima Sobrinho exerceu três mandatos na Presidência da ABI, à qual se dedicou até a sua morte, em 2000. Advogado, jornalista, ensaísta, historiador, político e professor, eleito para a Cadeira nº 6 da Academia Brasileira de Letras aos 50 anos de idade, nasceu em Recife, onde estreou como jornalista colaborando com o Diário de Pernambuco. No Rio, onde chegou 1921, deu continuidade à carreira no JB.
Quando assumiu pela primeira vez a Presidência da ABI, Barbosa Lima Sobrinho já revelava seu dinamismo: convocou uma assembléia-geral para reformar os estatutos, regulamentou a concessão da carteira de jornalista e título de sócio e estabeleceu intercâmbio com as associações de imprensa dos Estados, proporcionando a integração dos jornalistas em todo o País.
Foi também incansável nas negociações junto à Prefeitura do antigo Distrito Federal para que a ABI conseguisse a posse definitiva da área do Castelo doada pelo Conselho Municipal e promoveu um inquérito nacional a respeito da lei de imprensa, cognominada “Lei Infame”. Ao voltar a presidir a ABI de 1930 a 1931, empenhou-se outra vez na reivindicação da aquisição do terreno — que acabou sendo cedido pelo Prefeito Pedro Ernesto na administração de Herbert Moses, em 1932.
No seu segundo mandato, preocupou-se igualmente com a unidade da classe jornalística, que se encontrava dividida entre a ABI, o Clube da Imprensa e a Associação da Imprensa Brasileira. A proposta de unir todas numa só incluía sua renúncia. Plano aceito, um protocolo foi redigido e Herbert Moses foi escolhido para substituí-lo.
Sem jamais abandonar o jornalismo, Barbosa Lima Sobrinho foi Deputado federal, Governador de Pernambuco e Procurador do Rio de Janeiro, então capital do País. Em 1964, retornou à ABI — onde ocupou cargos diversos — consolidando o seu devotamento às causas da classe jornalística e à liberdade de imprensa. Quando morreu, foi citado por colegas e admiradores com os mais emocionados elogios, por toda a sua vida e por sua brilhante passagem pela Casa do Jornalista.
De Villas-Bôas Corrêa, que o conheceu em 1948, quando iniciava a carreira, mereceu as seguintes palavras num artigo: “Barbosa Lima Sobrinho foi uma das maiores figuras do século que não pôde ver terminar. Mais de 50 anos de relações cordiais e espaçadas, a admiração crescente, a reverência da estima não cabem neste pequeno registro emocionado, um ramo de cravos depositado no caixão do grande brasileiro, do patriota insuperável, a lenda eterna na gratidão nacional.”