Sensibilidade que valeu uma premiação


25/06/2008


José Reinaldo Marques
27/06/2008

Para Alex Pazuello, vencedor do 9º Prêmio Ayrton Senna, na categoria Fotojornalismo, “o ato de fotografar é um estilo de vida”. Dono de uma sensibilidade que impressiona pelo equilíbrio da luz e das cores, ele vem se destacando na região Norte do Brasil e chamando atenção em outras praças do País. Sobre a premiação, não esconde que provocou uma grande euforia:
— Foi incrível, posso dizer que nunca havia sentido nada igual. Além disso, acredito que o prêmio pode me trazer muitos benefícios, entre os quais me abrir portas no mercado nacional, estreitar relações com os colegas de outros estados. Como vivo em Manaus, às vezes me sinto distante do resto do País.

Alex nasceu na capital do Amazonas em 30 de dezembro de 1969. O desejo de se tornar fotógrafo surgiu em 87, quando conheceu os profissionais Lula Sampaio e César Oiticica, que acabaram se tornando seus amigos. Aos 18 anos, mudou-se para o Rio, onde formou-se em Jornalismo, pela UniverCidade, e chegou a trabalhar como assistente de fotografia:
— Consegui trabalho, não-remunerado, no estúdio de Dario Zalles, quando já cursava a faculdade. Em seguida, fiz o mesmo trabalho para o Sergio Nedal e depois fui ser assistente do fotógrafo publicitário Ayrton Camargo, que me deu uma ótima base.

Em 95, Alex viajou para Nova York, onde se especializou em Fotografia cursando a School of Visual Art (SVA) e o International Center of Photography (ICP):
— Nessa época, um colega norte-americano me apresentou para o Gilles Percer, fotógrafo de moda. Por meio deles, acabei fazendo frilas para revista Caras e os jornais Globo, JB, Folha de S.Paulo e Estadão. Em 97, depois de uma seleta entrevista, consegui me tornar assistente do fotógrafo de publicidade Hashi, com quem trabalhei três anos, e comecei o curso de Retrato no ICP, onde acredito ter crescido bastante.

Trabalhar nos Estados Unidos foi uma experiência enriquecedora para Alex:
— Fiquei impressionou com as exigências, a grandiosidade e o profissionalismo do mercado norte-americano, além da variedade de equipamentos à disposição dos profissionais. Em Manhattan há o Distrito da Fotografia. São sete quarteirões onde se encontra de tudo, o possível e o impossível de se imaginar que exista na área. Pretendo estabelecer contatos por lá. A fotografia me possibilita isso, ainda mais na era da globalização em que vivemos.

Paixão imediata

Alex voltou ao Brasil em 2001, indo direto para São Paulo, trabalhar como frila para Editora 3. Três anos depois, retornava à cidade natal, onde diz que começou a fazer fotojornalismo de fato, no jornal Amazonas Em Tempo, onde está até hoje:
— Em Manaus, de início fui trabalhar com Lula Sampaio no Estúdio Mais Amazônia, fazendo publicidade. Quando conheci o repórter e cartunista Mário Adolfo, ele me convidou para trabalhar na assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Amazonas, onde atuo até hoje. Não demorou muito para ele me levar para o jornal, onde ele era editor-chefe. Foi como um vírus, me apaixonei de imediato pelo trabalho. BR>
Mesmo reafirmando os benefícios da formação técnica que as escolas norte-americanas oferecem, além da convivência com professores e alunos que “respiravam fotografia 24 horas por dia”, e a qualidade do trabalho que se faz nos EUA, Alex diz que o nível da produção fotográfica brasileira não fica nada a dever:
— Podemos não ter estruturas megalômanas como as deles, mas nos sobram criatividade e versatilidade.

Quanto ao domínio da luz, que sobressai em suas imagens, ele atribui ao que aprendeu fotografando para publicidade:
— Fotografia é luz, sem ela não há registro da imagem, por isso o que tento fazer é entendê-la para utilizá-la a meu favor. Acho que a publicidade me proporcionou isso. Sempre que posso, tento levar meu aprendizado nesse campo para a reportagem. 

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