Moção de repúdio


27/06/2006


Os Auditores-Fiscais da Previdência Social, reunidos em Assembléia Nacional Unificada Permanente do Sindicato dos Auditores-Fiscais da Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro — Sindifisp-RJ, em 15/04/2004, vêm manifestar seu mais veemente repúdio à velha e renovada prática política de utilização indevida da estrutura administrativa da Previdência Social como abrigo de interesses partidários, como se o maior distribuidor de renda da América Latina pudesse se ver reduzido a um balcão de trocas e barganhas estranhas aos interesses maiores dos contribuintes e segurados do INSS.

As manobras em andamento nos meandros do poder provocam indignação entre os AFPS. Está em curso uma operação coordenada de ocupação por políticos de postos chave na estrutura do INSS, inaugurada pela substituição do Diretor de Benefícios.

Soa dramático reconhecer que forças políticas que chegaram ao poder com a bandeira histórica do resgate do serviço público e da dignidade do servidor público estejam hoje tratando a Previdência Social como feudo político de ocupação partidária, sem a menor consideração para os pressupostos técnicos e funcionais de cargos de confiança, sobretudo quando se trata de uma instituição voltada para a efetivação direta das políticas públicas de ação social e de proteção ao trabalhador aposentado ou em atividade.

A constatação, no entanto, das antiquadas e abomináveis práticas que se julgavam superadas pela eleição histórica de 2002 não se traduz em omissão ou na tranqüila acomodação relegada ao tempo. Ao invés, os Auditores-Fiscais da Previdência Social, cônscios do papel social que desempenham num país de tantas desigualdades e injustiças, reafirmam os termos da Carta do Rio de Janeiro, aprovada no V Congresso Nacional dos AFPS, em 11/2002:

…“Na escolha do Ministro da Previdência Social, do Presidente do INSS e dos demais cargos da Previdência Social devem ser observados, pelo Presidente da República, critérios técnicos, competência, conhecimentos das peculiaridades da Seguridade Social e, principalmente compromisso com a Previdência Social Pública”,

e levantam sua voz em defesa dos interesses maiores da instituição previdenciária cobrando dos detentores do poder de mando e decisão:

Respeito e responsabilidade com a coisa pública!