Combate à fraude na cota de gênero: um dos desafios da nova presidente do TSE


03/06/2024


Por Gloria Alvarez – Diretora de Mulheres e LGBTQIA+ da ABI

A ministra do STF Cármen Lúcia assumiu, nessa segunda-feira (03), pela segunda vez, a presidência da Corte Eleitoral, sucedendo o ministro Alexandre de Moraes, que completou 4 anos no cargo – prazo limite para o exercício da presidência.

Entre os principais desafios que a nova presidente do TSE irá encontrar está o combate à fraude da cota de gênero nas próximas eleições municipais de outubro.

Cármen Lúcia encontrará uma nova ferramenta para enfrentar esse desafio: a súmula aprovada no último dia 16 de maio que padroniza a análise e o encaminhamento de casos de fraude `a cota de gênero nas eleições. Essas medidas serão usadas como referência para orientar partidos, federações e candidatos, além de juízes e tribunais. Elas já valem para as próximas eleições de outubro.

Os partidos políticos precisam ter um mínimo de 30% de candidaturas por gênero. Mas a prática usual de burlar essa cota tem sido nomear candidatos sem chance de disputar o pleito, de forma que a verba destinada à campanha dessas pessoas tenha outro destino.

A súmula identifica a fraude quando a candidatura for zerada ou inexpressiva. Ou quando a prestação de contas estiver zerada, padronizada ou por ausência de movimentação financeira relevante. A ausência de atos efetivos de campanhas, como divulgação ou promoção da candidatura, também é considerada.

As punições vão desde a cassação do diploma dos candidatos do partido que fraudar a cota (independentemente de o candidato ter ou não participado do ilícito) e a anulação dos votos obtidos pelo partido.