Amaury não pôde esperar pelo sangue


03/08/2010


O jornalista Amaury Fonseca de Almeida, sócio da ABI desde novembro de 1977, não pôde receber o sangue doado após o apelo de sua família que não chegou a ser divulgado no ABI Online: ele faleceu no domingo, 18 de julho, no Hospital Copa D’or, onde estava internado.
 
Amaury, que faria 86 anos em novembro, foi editor do Jornal da ABI durante oito anos e colaborador do Presidente Barbosa Lima Sobrinho em mais de um mandato. O passamento de Amaury foi noticiado na edição 356 do Jornal da ABI, com data de capa julho de 2010 mas que começou a circular agora, em reportagem sob o título “Amaury Fonseca, nosso editor”, transcrita a seguir.
 
Sergipano de Estância, onde nasceu em 10 de novembro de 1924, mas criado em Ilhéus, na Bahia, para onde foi com quatro anos,  Amaury Fonseca de Almeida veio para o Rio de Janeiro em 1955 e só deixou a cidade por dois anos, entre 1972 e 1974, quando se radicou em Brasília para exercer função na Presidência do Banco do Brasil, de que era funcionário por concurso. No Rio, formou-se em Jornalismo em 1959 na antiga Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, marco de uma trajetória  que incluiu a passagem por inúmeras publicações, entre as quais a de editor por oito anos, até 1997,do Jornal da ABI, função em  que prestava trabalho voluntário e gratuito.
 
Como outros nordestinos, Amaury teve uma iniciação precoce no jornalismo, pois foi em princípios de 1941, quando tinha 16 anos, que começou a trabalhar no Ilhéus-Jornal, no qual atuaria por cerca de dois anos, até se mudar para o Jornal Oficial do Município de Ilhéus, em que permaneceria até junho de 1944. Nesse ano, aprovado em concurso, ingressou no Banco do Brasil, no qual trabalhou até 1974, em Ilhéus, em Brasília e  no Rio, onde dividia seu tempo entre o BB e jornais, como o Diário Carioca, no qual trabalhou um ano, e o Jornal do Commercio, no qual atuou de 1957 a 1972 e exerceu destacadas  funções, como  repórter de Economia, Editor de Política, Chefe de Reportagem Geral e Subsecretário. Foi também colaborador por dois anos da Revista AFBNDE, publicação mensal da Associação dos Funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico-BNDE, e durante cinco anos colaborador da revista Bancário, publicação mensal dos Sindicqto dos Bancários do Rio de Janeiro, na qual assinava uma página em caráter permanente. Após 1974, editou durante cinco anos a revista mensal da Associação dos Antigos Funcionários do Banco do Brasil. Ele foi também tesoureiro durante três anos, na gestão de Domingos Meirelles, da Cooperativa dos Profissionais de Imprensa do Municípiol do Rio de Janeiro-Copim, tentativa de numeroso grupo de jornalistas de criar, no fim  dos anos 1970 e começo dos anos 1980, uma alternativa de trabalho para a categoria.
 
A convite de Nestor Jost, Presidente do Banco do Brasil, Amaury criou a Assesoria de Imprensa do BB, que passou a funcionar mais intensamente a partir de 1972, com a transferência dos principais órgãos e diretorias do Banco para Brasília. Ele participou da equipe que renovou editorial e graficamente os relatórios anuais do BB, modernizando-os, e a equipe conquistou com  isso o Prêmio Colunistas como o Melhor Relatório de Empresa. Vinculado à Assessoria de Imprensa do Banco durante cinco anos, nela trabalhou até 1974, quando se aposentou por tempo de serviço.    
 
Sócio da ABI desde novembro de 1977, Amaury teve atuação destacada nas gestões de Barbosa Lima Sobrinho, como Editor do Jornal da ABI,membro do Conselho Deliberativo e Diretor. Por sua contribuição à Casa, recebeu a mais honrosa distinção conferida aos sócios, o título de Benemérito. Maçom, Amaury recebeu em abril deste ano do Grande Oriente do Brasil a Comenda da Ordem do Mérito Dom Pedro I, conferidsa pela Loja Regeneração Sul Baiana do Oriente de Ilhéus pelos “relevantes serviços prestados à Maçonaria, à Patria e à Fraternidade Universal”.    
  
Amaury, que faria 86 anos em novembro, era conhecido pelos amigos como uma pessoa doce e carinhosa, que todos os anos fazia questão de encaminhar aos companheiros uma mensagem de Festas com desenhos e fotografias de paisagens e aspectos culturais que enriquecia com minuciosas informaçoes, para ilustrar os destinatários. Ele morreu no dia 18 de julho no Hospital Copa D’Or, onde estava internado. Sua filha Ana Luísa Fonseca Ribeiro de Jesus fez um pedido à ABI visando à  doação de sangue destinado à reposição da reserva do plasma fornecido a ele, mas  Amaury faleceu antes da divulgação do apelo.