30/10/2008
A Associação Brasileira de Imprensa recebeu nesta quinta-feira, dia 29, um apelo angustiado de Kátia Barbon, viúva do jornalista Luiz Carlos Barbon Filho, assassinado a tiros de espingarda quando conversava em um bar, no município de Porto Ferreira (a 228 quilômetros da capital paulista), em 5 de maio de 2007.
Na mensagem que enviou à ABI, Kátia Barbon diz que se sente ameaçada e teme por sua vida e as de seus filhos, de 11 e 14 anos de idade, porque alguns dos acusados da morte do marido se encontram em liberdade. Em fevereiro de 2008, quatro policiais militares foram indiciados pelo assassinato do jornalista. O inquérito cita também um comerciante, que seria o dono da arma usada pelos assassinos.
Em um dos trechos de sua mensagem à ABI, Kátia diz: “Alguns dos suspeitos, que são policiais militares, estão presos, mas infelizmente outros já foram soltos e estou com medo de que, com o passar dos dias, sejam libertados sem serem julgados pela Justiça.” Ela fala também da responsabilidade de criar os dois filhos sozinha e se mostra desamparada e temerosa do que pode acontecer devido à morosidade do sistema judicial.
O Presidente da ABI, Maurício Azêdo, comunicou que está encaminhando mensagem ao Governador de São Paulo, pedindo designação de proteção especial para Kátia Barbon: “A partir dessa nossa comunicação, o responsável pela integridade física e a vida da viúva é ele, José Serra”, diz Maurício. (leia abaixo o texto do telegrama fonado enviado pelo jornalista ao Govenador na sexta-feira, dia 31*)
Esta é a segunda vez que a ABI recorre a José Serra, para que este interceda pela família Barbon. Na ocasião do crime, a entidade encaminhou telegrama ao Governador de São Paulo, pedindo sua intervenção pessoal para que fosse realizada “apuração rigorosa e eficaz” do assassinato do jornalista.
De acordo com testemunhas, em 5 de maio de 2007, dois homens se aproximaram do bar em uma motocicleta e um deles fez vários disparos contra Luiz Carlos Barbon. O motivo teria sido uma série de reportagens feitas pelo repórter no jornal Realidade, em 2003, sobre o aliciamento de menores em Porto Ferreira.
* Telegrama
Este é o texto da mensagem enviada a José Serra:
“Comunico a Vossa Excelência que esta Associação Brasileira de Imprensa recebeu um apelo dramático e angustiado da Senhora Kátia Barbon, viúva do jornalista Luiz Carlos Barbon, assassinado no município de Porto Ferreira no dia 6 de maio de 2007, a qual se considera ameaçada por alguns dos matadores do marido já soltos e por outros que venham a ser libertados. A ABI encarece a intervenção de Vossa Excelência junto às autoridades de segurança do Estado para que se assegure a proteção necessária à Senhora Kátia Barbon, cuja integridade física e cuja vida ficam sob a responsabilidade direta de Vossa Excelência a partir da presente comunicação. Cordialmente, Maurício Azêdo, Presidente da Associação Brasileira de Imprensa.”