16/08/2008
A ABI expressou neste sábado, dia 16, sua grande tristeza pela morte do cantor e compositor Dorival Caymmi, que integrava a Comissão de Honra de seu centenário, presidida por Oscar Niemeyer. Ao aceitar em fevereiro passado o convite para integrar a Comissão, Caymmi lembrou que tinha forte ligação afetiva com a Casa desde os tempos de Herbert Moses, no fim dos anos 30, quando se radicou no Rio de Janeiro, após o sucesso de “O que é que a baiana tem”, em 1938. Caymmi tinha registro de jornalista profissional, obtido no começo da década de 40, quando ainda não se dedicava integral e exclusivamente à música popular.
A manifestação de pesar da ABI tem o seguinte teor:
“A Associação Brasileira de Imprensa recebeu com grande tristeza o falecimento do cantor e compositor Dorival Caymmi, que integrava a Comissão de Honra do Centenário da ABI, com a qual manteve forte ligação afetiva desde os tempos de Herbert Moses, no fim dos anos 30, quando se radicou no Rio de Janeiro, após o sucesso de O que é a baiana tem, em 1938. Essa relação foi lembrada por Caymmi em fevereiro passado, quando, por iniciativa de seu filho Dori Caymmi, telefonou para a ABI para dizer que aceitava como grande honra o convite para integrar a Comissão do Centenário.
Junto à janela, um jornalista não identificado; ao centro, Malta; na ponta, abraçado a Dorival Caymmi sentado, Samuel Wainer; à esquerda, Carlos Lacerda (ele mesmo, Carlos Lacerda) e Emil Farhat |
Antes de se tornar o notável cantor e compositor cujo passamento o País lamenta, Dorival Caymmi participou ativamente da comunidade jornalística do Rio de Janeiro, da qual só se afastou, como aspirante a futuro profissional, porque o êxito como criador de música popular lhe deixou claro que estava fadado a atuar nesse campo. Ele chegou a obter no começo dos anos 40 o registro de jornalista profissional, mas preferiu enveredar pelo campo da criação musical, sem, porém, se afastar dos companheiros jornalistas. Na Edição Especial, Volume 1, de seu jornal, a ABI publicou uma fotografia desse momento da vida de Caymmi, em que ele aparece em primeiro plano num grupo de jovens jornalistas que se destacariam na imprensa e na vida nacional nos anos seguintes: pela ordem na foto, Carlos Lacerda, Octávio Malta, Samuel Wainer, Emil Farhat.
Além de excepcional como criatura, pelo carinho com que tratava as pessoas, Dorival Caymmy marca sua passagem entre nós pelo talento de poeta, cantor e compositor, pelo amor à sua Bahia e ao Brasil expresso em suas criações e pelo teor de brasilidade que imprimiu à sua obra. É a esse artista extraordinário que a ABI rende homenagens neste momento.
(a) Maurício Azêdo, Presidente.”