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Painel na Bienal reflete sobre luta, representatividade e o futuro mais justo no Brasil


18/06/2025


Por Simone Lauar (colaboradora)

O quarto dia da Bienal do Livro do Rio de Janeiro foi marcado por um importante debate, no espaço Café Literário Pólen. O painel Passos para o Futuro – Reflexões sobre um Futuro Mais Justo reuniu nomes de diferentes áreas do conhecimento e da cultura para discutir temas urgentes que permeiam a sociedade brasileira, como racismo, violência, democracia e resistência.

Diversidade e resistência como foco

No começo, todos se surpreenderam com a entrada de Lázaro Ramos no palco, pra apresentar todos os participantes e dizer o quanto aquela mesa iria ser incrível com pessoas e assuntos bem consistentes.

Estiveram presentes o youtuber e professor de sociologia Thiago Torres, conhecido como Chavoso da USP, a escritora e atriz Elisa Lucinda, a monja Coen, a mediadora Tábata Poline e o próprio Lázaro Ramos.

A mesa abordou inicialmente a questão do aquilombamento — processo de fortalecimento e resistência das comunidades negras e periféricas —, destacando a cultura, força e luta do povo preto e das comunidades de favelas. A discussão reforçou a importância de fortalecer identidades e criar espaços de resistência coletiva frente às opressões estruturais.

Consciência crítica e formação

A monja Coen destacou a importância de agir em grupo: “Temos que trabalhar no coletivo”, afirmou. Ela também compartilhou que sua primeira poesia decorada já trazia temas sociais, políticos e econômicos — mostrando que sua consciência crítica foi construída desde cedo.

A escritora Elisa contou sobre sua criação em um lar pautado pela ética, respeito e pela presença da política no cotidiano: “Na minha casa, ninguém era tratado diferente por cor, classe ou religião. Cresci com informação e diálogo.”

A violência e o racismo nas favelas

Thiago Torres trouxe à tona a dura realidade das favelas brasileiras, denunciando a violência policial muitas vezes truculenta e a morte de jovens negros e pobres sem oportunidade de uma vida digna. Segundo ele, o racismo estrutural ainda marca profundamente a sociedade, alimentando um ciclo de exclusão e violência.

Debate ampliado e esperança no horizonte

A discussão se expandiu ao abordar a questão da democracia no Brasil, com perguntas do público evidenciando a necessidade de avanços em direitos civis e sociais. Os participantes reforçaram que, apesar das dificuldades, há uma potência coletiva capaz de promover mudanças significativas.

Ao final, o painel deixou uma mensagem de esperança, ressaltando que a resistência e o aquilombamento são estratégias essenciais para enfrentar os desafios sociais. O evento reforçou o papel do coletivo na luta por um Brasil mais justo, democrático e igualitário.

O futuro depende de todos nós

O painel na Bienal do Rio foi mais do que uma reflexão: foi um chamado à ação. Como destacou a monja Coen, “o futuro é construído por quem luta e acredita na potência do coletivo”. E, diante dos desafios, a esperança permanece viva na resistência de quem não desiste de um Brasil mais justo para todos.