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Os 50 anos do primeiro título mundial (III)


27/06/2008


Finalmente, chegamos ao dia 29 de junho de 1958. Os suecos tinham alguma esperança de chegar ao título e deram um pequeno susto ao abrir o marcador. Paulo Amaral falou o que os jornais suecos publicaram e lembrou a atitude de Didi após o primeiro gol da Suécia: 

“Quando nós fomos finalistas, a imprensa sueca dizia que a Suécia tinha uma chance de ganhar o jogo: era se chovesse, porque no Brasil jogava-se 80% das vezes com campo seco e na Suécia, ao contrário, 80% com campo melhorado e escorregadio. O time da Suécia era excelente. Todo o ataque jogava na Itália. O Skoclud, o lourinho, foi meu jogador depois, na Juventus, em 62.

A Suécia fez o primeiro gol e aí vem a história do Didi. Recentemente, no enterro do Didi, me perguntaram qual foi a melhor frase dele. Eu respondi que, depois do ‘treino é treino, jogo é jogo,’ foi uma frase muda. Foi quando a Suécia fez 1 a 0. O Didi foi andando, entrou no gol, pegou a bola, colocou de baixo do braço, veio andando calmamente para o meio-de-campo, botou a bola na marca de dar saída e demos a saída. O Didi estava falando para o mundo, para os companheiros, que isso não é nada, vamos empatar o jogo e ganhá-lo.”

Brasil e Suécia jogaram, no Estádio de Solna, em Estocolmo, com a arbitragem do francês Frederic Guigue. Logo aos quatro minutos, Liedholm fez o primeiro gol da partida. A atitude de Didi manteve a confiança do time brasileiro, que cinco minutos depois empatou o jogo por intermédio de Vavá. O Brasil terminou o primeiro tempo com a vantagem de 2 a 1, com outro gol de Vavá aos 32 minutos.

Veio o 2º tempo, a exibição da equipe brasileira encantava a todos que a assistiam sob o comando do mestre Didi, eleito o melhor jogador da Copa. O garoto Pelé endoidava a defesa adversária e, aos 11 minutos, marcava o nosso terceiro gol. Zagalo avançou pela esquerda e, num chute rasteiro cruzado, fez o quarto aos 23 minutos. A vitória estava consolidada, mas Pelé quis encerrar a goleada com um gol de gênio, deslocando o goleiro com um toque de cabeça que o deixou desequilibrado junto à trave, para coroar o espetáculo de futebol proporcionado por ele e seus companheiros.

Paulo Amaral, emocionado, nos falou sobre o carinho da população de Hindas, especialmente, das crianças que foram torcer para o Brasil:
 
“No dia em que saímos de Hindas para Estocolmo, toda a população da cidade foi se despedir de nós e as crianças nos deram flores. Todos torciam para o Brasil. Festejando a conquista após o jogo, eu, segurando a ponta da bandeira do País, sorria e mandava beijos para as 80 crianças de Hindas, que tinham ido assistir a partida, torcendo pelo Brasil. Quando passamos por onde eles estavam, ouvi os gritos: Pablito, Pablito! O que muito me emociona até hoje. Eu ensinava a elas Português e elas me ensinavam sueco. Fazia ginástica com elas, o Pelé brincava com todas e éramos os ídolos da criançada de Hindas.” 

                                                  
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