Faleceu na sexta-feira (2), aos 93 anos, o jornalista Guy Affonso de Almeida. O velório será realizado neste sábado (3), no Cemitério Parque da Colina, no Nova Cintra. O Diário do Comércio expressa seu profundo pesar e agradece imensamente pela significativa contribuição de Guy ao jornalismo brasileiro.
O legado de Guy de Almeida
Sua trajetória profissional deixou um legado que influenciou gerações de jornalistas. Guy de Almeida foi repórter, professor, editor e um incansável defensor da cultura e da democracia. Nos anos de 1970, foi coordenador editorial do Diário do Comércio e do Jornal de Casa.
Durante o período da ditadura militar, Guy de Almeida enfrentou o exílio por 13 anos, vivendo no Chile e na Itália, onde trabalhou na Organização das Nações Unidas (ONU) e na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Ele também atuou no Governo do Distrito Federal e foi vice-ministro da Cultura em 1985.
Seu trabalho como jornalista e intelectual sempre foi marcado por uma visão progressista, buscando refletir sobre as realidades sociais e políticas do Brasil. Ele foi uma referência para várias gerações de jornalistas, e sua carreira se estendeu não só no Brasil, mas também no exterior, como exilado.
“Uma referência, a maior delas, para todos nós. Sua passagem pelo Diário do Comércio e pelo Jornal de Casa faz parte da nossa história e deixou marcas que nunca se apagarão“, afirmou o jornalista Luiz Carlos Costa.
“Amigos e amigas, acabo de receber a triste e conformada notícia da passagem de Guy de Almeida. Tive a honra de visitá-lo há poucos meses e conversar com ele, Clélia e seu filho Guilherme. Minha presença aqui hoje é para prestar minha reverência a esse Gigante que nos deixa. Guy me acolheu no jornalismo no início dos anos 60 no Binômio e foi meu inspirador pelo resto da vida. Tive o privilégio de contar com um mestre que, ao longo de toda sua vida, honrou a profissão de jornalista, aqui e fora do país, como exilado. À sua esposa Clélia e aos filhos, nossa solidariedade na dor e na memória“, destacou o também jornalista Lélio Fabiano.
“Guy de Almeida nos deixou um exemplo de admirável figura humana. Excepcional jornalista e intelectual, sempre atento às realidades, corretíssimo em suas condutas e responsabilidades editoriais. Com uma visão progressista, permaneceu 13 anos no exílio, morando no Chile e na Itália, trabalhando na ONU, na PUC Minas, no Governo do Distrito Federal, no Diário de Minas e noDiário do Comércio. Um exemplo de caráter e amizade. A ele devo o exemplo de jornalista, homem de pensamento e de fidelidade às melhores causas em prol da evolução do Brasil para uma sociedade mais justa. Uma grande perda“, afirmou o jornalista Mauro Werkema.
Quem também se manifestou sobre a morte de Guy foi o senador Cristovam Buarque. “O Brasil perdeu hoje Guy de Almeida: um dos maiores jornalistas que o país já teve, um homem público que ocupou cargos com integridade e competência. A população de Brasília deve a Guy seu papel no Governo do Distrito Federal“, postou em suas redes sociais.