29/01/2025
O jornalista e histórico militante do Partido dos Trabalhadores (PT) no Paraná, Roberto Elias Salomão, faleceu na terça-feira (28), aos 72 anos, após enfrentar uma prolongada batalha contra problemas de saúde. A informação foi divulgada por familiares e amigos através de grupos de WhatsApp, que relataram seu estado crítico nas últimas semanas.
Salomão estava internado em Curitiba, cidade onde vivia há décadas, sem previsão de alta devido a complicações relacionadas a uma grave deterioração da visão e outras enfermidades.
Nascido em São Paulo em 1953, Salomão formou-se em Jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) em 1979. Sua carreira foi marcada pelo ativismo político e pela defesa da democracia. Integrou a Executiva Estadual do PT no Paraná e presidiu o partido entre 1998 e 1999. Como escritor, deixou um legado fundamental com o livro “Os Anos Heróicos”, que narra a história do PT no estado desde sua fundação, destacando figuras como Henrique Pizzolato e a ascensão do partido nas décadas de 1980 e 1990.
Sua atuação jornalística também incluiu coberturas emblemáticas, como o artigo “Vlado”, publicado na imprensa curitibana e nacional, em que relembrou o assassinato do jornalista Vladimir Herzog em 1975 e seu impacto no movimento estudantil da USP.
A morte de Salomão repercutiu entre colegas de militância e admiradores, que o descrevem como um “T-34 invadindo Berlim” — metáfora usada em homenagens para simbolizar sua resistência e força política. Sua trajetória como cronista da esquerda paranaense e sua dedicação à causa trabalhista deixam um vazio no cenário político e jornalístico do estado.
Segundo relatos, Salomão passou seus últimos dias cercado por familiares e amigos, a exemplo do próprio Vanhoni, do advogado Daniel Godoy Jr. e do jornalista Milton Alves. A causa da morte ainda não foi oficialmente divulgada, mas está associada ao agravamento de suas condições pré-existentes.
“Salomão faleceu. Um exemplo de ser humano e companheiro de luta por Justiça”, disse Milton Alves.