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Meio século de prática e ensino do fotojornalismo


01/11/2006


    José Reinaldo Marques
01/11/2006

Nascido na Bahia em 15 de novembro de 1934 e graduado em Licenciatura Plena em História pela Universidade Federal de Sergipe, Jairo Andrade começou a carreira em 1954, como fotógrafo da Fundação Gonçalo Muniz, respeitado centro de pesquisa científica da Bahia. Passou pelo Centro de Audiovisual de Salvador e pela Faculdade de Farmácia Bioquímica da Universidade de São Paulo, até chegar à UFS, onde trabalhou até se aposentar, em 91:
— Cheguei a Sergipe, em 1969, para montar um setor de Fotografia na UFS, que tinha sido fundada no ano anterior. Esse setor teve a incumbência de dar apoio pedagógico aos professores na produção de slides e na documentação fotográfica de pesquisa nas áreas de medicina, cultura popular e, mais tarde, junto à Assessoria de Comunicação do Gabinete do Reitor, produzindo material de divulgação para a imprensa.

Jairo, no entanto, retornou à Federal de Sergipe anos mais tarde, depois ser instrutor de Fotografia do Senac de 1992 a 1998: prestou concurso e, em 99, passou a dar aulas na UFS como professor substituto de Fotojornalismo. Isto até 2003, quando começou a se dedicar mais a fazer fotos para veículos como o Jornal Cinform:
— Estou há três anos e alguns meses no Cinform, um semanário de grande aceitação em Sergipe e outros estados do Nordeste, que chega às bancas toda segunda-feira pela manhã.

O veterano fotógrafo diz, com modéstia, que não acha que deva ser citado como um dos mais importantes fotógrafos nordestinos, mas é o mais requisitado quando acontece qualquer evento de fotografia na região:
— Não sabia que era citado com referência no fotojornalismo, apesar dos 52 anos de trabalho no meio. Sergipe é um estado pequeno, onde o mercado precisa crescer para o fotojornalismo. Só começou a tomar impulso após a descoberta de petróleo, nos anos 60, e com a vinda da Petrobras, na década seguinte.

Durante os anos 70, Jairo ganhou destaque por sua participação, com o filme “Vadeia Dois-Dois”, no Festival Nacional de Cinema Amador (Fenaca) — realizado entre 1975 e 1983, com apoio do Centro de Cultura e Arte da UFS, em parceria com o MEC e a extinta Embrafilme:
— Sempre gostei de cinema e fui premiado no Festival de Artes de São Cristóvão (capital de Sergipe antes de Aracaju), em 1972. É um filme super-8, que mostra o ritual do candomblé nas festas de São Cosme e Damião, comemorado em Sergipe e na Bahia todo dia 27 de setembro. Ainda tenho inéditos dois filmes, em 16mm, sobre os dois primeiros festivais de São Cristóvão, nos quais eu mostro os principais personagens desses eventos, na data em que eles aconteceram e nos dias atuais.

Ensino

Quando dava aulas de fotojornalismo na UFS, Jairo diz que sua principal mensagem para os alunos era sobre o comportamento profissional:
— Minha orientação era para que eles fossem éticos, se comportassem como companheiros e procurassem realizar o trabalho com competência.

Com relação à sua participação em concursos, afirma:
— Geralmente entro nesses concursos para incentivar os companheiros iniciantes. Participei de vários salões de fotografia e tenho fotos selecionadas no catálogo da primeira Foto Nordeste, em Fortaleza.

O que lhe dá mais prazer na fotografia é a oportunidade de poder quebrar a monotonia:
— O que me renova e faz com que eu sempre tenha vontade de estar na ativa é a quebra da rotina do dia-a-dia. Há sempre algo novo que temos que fotografar no contato direto com a natureza e com a vida.

Há dois anos, quando completou 50 anos de fotojornalismo, ele foi o grande homenageado da I Mostra Arfoc-SE — Jornalistas da Imagem, organizada pela Associação dos Repórteres-fotográficos e Cinematográficos de Sergipe. Ao discursar na abertura do evento, Márcio Dantas, então Presidente da Arfoc-SE, contou à platéia que “fundar a Associação em Sergipe era um sonho antigo do fotógrafo e sócio número nº 1 Jairo Andrade” — ideal alcançado em 4 de agosto de 2003. 
 
 

Clique nas imagens para ampliá-las: 

“Esta é 
uma lagoa 
natural do…”

“Esta foto também 
foi tirada…”

“A estrada danificada pela chuva…”

“Senhora idosa chora
e clama…”

“Aqui, 
vemos artistas…”

“Ministro Gilberto Gil visita…”

“Jovem iniciante no candomblé…”

“Os praticante do culto afro…”

“Aqui 
vemos um 
momento…”

“As flores fazem a alegria…”