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Marcelo Rubens Paiva é agredido em homenagem no bloco Baixo Augusta


23/02/2025


Com informaçõe do Metrópoles e do Brasil 247

A homenagem do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta a Marcelo Rubens Paiva, autor do livro “Ainda Estou Aqui”, que inspirou o filme homônimo que concorre a três estatuetas no Oscar, foi marcada por um episódio de agressão ao escritor, antes do desfile na tarde deste domingo (23/2), no centro de São Paulo.

Paiva entrou com uma máscara da atriz Fernanda Torres, protagonista do filme, que disputa o prêmio de Melhor Atriz interpretando Eunice Paiva, mãe do escritor. Uma lata de cerveja foi arremessada instantes depois de Paiva cumprimentar o público. Depois, um homem arremessou uma mochila, que atingiu o rosto do homenageado.

Mais tarde, um homem mostrou o dedo do meio para o escritor, que avançou com a cadeira de rodas para cima das grades. Diversos seguranças tiveram de conter a confusão. A homenagem foi interrompida por alguns minutos e depois foi conduzida pelo cantor Simoninha, ao lado da atriz Alessandra Negrini, rainha do Baixo Augusta.

O escritor e membros do bloco saíram do cordão de isolamento e discutiram com o homem que teria lançado o objeto, e o grupo precisou ser separado. Marcelo ainda explicou que é o seu 16º desfile, e que nunca antes foi atacado. “Não entendi o porquê de jogar uma mochila na cara de um cadeirante, porta-bandeira que quer se divertir, que faz isso há 16 anos. Não entendi esse grau de violência. Brasil está difícil e ele não deve ter visto o filme’, atestou o filho de Rubens Paiva.

Parlamentares e lideranças políticas manifestaram repúdio à tentativa de agressão contra Marcelo Rubens Paiva. Guilherme Boulos (PSOL) classificou o episódio como “fruto do discurso de ódio propagado pela extrema-direita”. André Janones (Avante) e Laura Sito (PT) associaram o ataque ao bolsonarismo. “Precisamos acabar com esse extremismo e com esses adoradores de ditadura (pelas vias legais) urgentemente”, declarou Janones. O deputado Paulo Pimenta (PT) chamou o incidente de “ato covarde” contra um “símbolo da cultura, da memória e da resistência democrática”.

O senador Humberto Costa (PT-PE) também criticou o episódio e reforçou a necessidade de combater o ódio e a intolerância: “A extrema direita semeia ódio e destruição por onde passa. Desrespeitar e agredir uma voz como a de Marcelo Rubens Paiva é inaceitável e um ataque contra todos que lutam por democracia. Chega de intolerância! É hora de unir forças em defesa do amor, respeito e liberdade”, disse o parlamentar.