21/02/2020
Paquetá está em festa. Depois de 60 dias de muita briga, nervosismo, desgaste, os moradores da pequena ilha, que também é um bairro da cidade, finalmente tiveram êxito na luta contra a CCR, a concessionária que opera o transporte de barcas na Baía de Guanabara.
Unidos e mobilizados em torno da Morena (a associação de moradores local), do CCS (Conselho Comunitário de Segurança) e da XXI RA (Região Administrativa), criaram o movimento #Respeita Paquetá, e conseguiram a revogação da grade de horários anunciada pela CCR na antevéspera de Natal.
A grade suprimiu cinco viagens nos dias úteis, e reduziu à metade as viagens nos fins de semana e feriados. A medida causou um estrago no dia a dia dos moradores, com ameaça de desemprego, perdas na saúde, educação, turismo, comércio etc, pois a barca é o único transporte que liga a ilha ao continente.
E foi colocada em vigor em 25 de janeiro passado, por mérito exclusivo de um juiz de primeiro grau, para quem a vida das pessoas vale muito menos do que eventuais crises financeiras de uma empresa multimilionária.
Na sua luta rumo à vitória, os paquetaenses contaram com a imprescindível ajuda da Defensoria Pública do RJ, além de terem sensibilizado os meios de comunicação e obtido a solidariedade de cariocas e políticos.
Finalmente, depois de alguns sustos, foi assinado por todos os envolvidos – CCR Barcas, Poder Executivo e Poder Legislativo e Defensoria Pública (representando os moradores) – o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que revoga a nefasta grade e traz de volta a paz e a tranquilidade aos lares de Paquetá.
Os paquetaenses não cansam de dizer que saem desse movimento de cabeça erguida, e que demonstraram a importância de não se abrir mão de direitos. Deram uma aula prática de cidadania.
Sorte da Cedae que a água que abastece Paquetá não provém do Guandu. É originária da estação de tratamento de Laranjal.
Por Bia Santacruz
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