06/06/2008
A seleção brasileira iniciou a caminhada rumo à Copa do Mundo de 1958, na Suécia, em 13 de abril de 1957, quando enfrentou o Peru, em Lima, após perder para a Argentina, dez dias antes, no encerramento do Campeonato Sul-americano.
Nas eliminatórias da América do Sul, os brasileiros caíram no Grupo I, com a Venezuela e o Peru. Os venezuelanos desistiram e a disputa da vaga ficou entre Brasil e Peru.
Ainda abalada com a derrota por 3 a 0 diante dos argentinos, os comandados de Osvaldo Brandão empataram de 1 a 1 com os peruanos, no Estádio Nacional de Lima. Terry abriu a contagem aos 37 minutos do primeiro tempo e Índio empatou aos dois minutos da fase final.
O Brasil jogou com Gilmar, Djalma Santos, Belini, Zózimo e Nilton Santos; Roberto e Didi; Joel, Evaristo, Índio e Garrincha.
Desde a partida contra o Uruguai, no Sul-americano, quando perdeu por 3 a 2, a seleção não vinha atuando bem. Mas a torcida lotou o Maracanã no segundo jogo contra o Peru, apoiando o selecionado brasileiro.
Osvaldo Brandão escalou a mesma equipe do empate em Lima. Fez, apenas, a troca de posições entre Joel e Garrincha.
A seleção se apresentou bem. O jogo foi duro. Aos dez minutos do primeiro tempo, Calderón fez falta em Evaristo entre a intermediária e a linha frontal da grande área peruana. Didi preparou-se para bater o tiro livre. Em tarde inspirada, Didi chutou. A bola passou pela barreira e, cheia de efeito, foi para o canto esquerdo do goleiro Asca, que, surpreso, olhou-a tomar o rumo da rede. A “folha seca” era o nosso passaporte para a Suécia.
Logo após as eliminatórias, na direção técnica da seleção, Vicente Feola substituiu Osvaldo Brandão. O novo técnico cortou Roberto Belangero, do Corinthians, e Índio e Evaristo, do Flamengo. Este último foi contratado pelo Barcelona. Foram convocados Zagalo, Oreco, Dino Sani, Zito, Orlando Peçanha, Mazzola, Vavá e Pelé.
Com seis vitórias (Áustria, 3 a 0; URSS, 2 a 0; País de Gales, 1 a 0; França, 5 a 2; Suécia 5 a 2) e um empate (Inglaterra, 0 a 0), o Brasil sagrou-se campeão mundial de 1958. Didi, com a sua “folha seca”, classificou o Brasil para a Copa da qual ele foi eleito o melhor jogador.
Com a “folha seca” de Didi, iniciamos a série que conta alguns momentos inesquecíveis da conquista do primeiro título mundial do futebol brasileiro.