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Festa de Ancelmo Gois revela talentos


17/09/2008


A festa dos 60 anos do jornalista Ancelmo Gois, colunista do Globo, reuniu nesta segunda-feira, dia 16, mais de 200 personalidades dos meios jornalístico, cultural e político do Rio, que se encantaram com a alegria do homenageado e com o espetáculo musical organizado pelo jornalista João Máximo, companheiro de redação do aniversariante, sobretudo por um aspecto desconhecido pela maioria dos convidados: o talento musical de vários integrantes da equipe do jornal.

A revelação pública desses talentos começou com a apresentação do editorialista Luiz Paulo Horta, recém-eleito para a Academia Brasileira de Letras, que acompanhou ao piano sua filha Ana Clara na interpretação de “Feitio de oração”, de Noel Rosa, e de uma composição de sua autoria. Lembrando que já se exibira no show do aniversário anterior de Ancelmo, numa indicação de que o talento dele já era conhecido dos companheiros do Globo, Horta acompanhou a seguir a apresentação de um colega de redação, José Antônio Nonato, que interpretou quatro sucessos de Carmem Miranda, precedendo-os de uma informação objetiva sobre a situação política e social da época e as circunstâncias em que ela cantou tais músicas. Entre elas, “Uva de caminhão” e “Recenseamento”, de Assis Valente, de cuja vida atormentada Nonato fez breve relato, e “Disseram que eu voltei americanizada”, de Vicente Paiva e Luís Peixoto.

Passava das 22h e o salão térreo do restaurante Estrela da Lapa começava a ferver de recém-chegados, entre os quais destacadas figuras de Sergipe, terra de Ancelmo: o Governador Marcelo Déda e o Deputado Albano Franco, ex-Govermador do Estado e também Senador por Sergipe antes do atual mandato na Câmara Federal. Além de ensaiar passos de dança com a mãe e com a neta Carol, de 3 anos, nos ombros, Ancelmo protagonizou com o Governador uma cena de sabor regional: quando o acordeonista Kiko Horta, filho de Luiz Paulo, atacou com um xaxado, os dois foram para as proximidades do palco e, com a maior desibinição, exibiram por alguns minutos seu domínio da dança nordestina.

A essa altura rareava o espaço, ocupado desde antes do show por amigos e companheiros de Ancelmo, como, numa mesa, Sérgio Cabral e sua mulher, a museóloga Magali Cabral, e a também museóloga Rosa Maria de Araújo, Presidente do Museu da Imagem do Som e co-autora com Cabral do roteiro do musical “Sassaricando”; noutra mesa, Fichel Davit Chargel, sua mulher, Beatriz Santa Cruz Lima, Nilo Braga e sua mulher, Lilian Nabuco, Vítor Iório, todos sócios da ABI; adiante, na mesma mesa, Marcelo Beraba, Diretor da sucursal Rio do Estadão, e Elvira Lobato, sua mulher, repórter da sucursal Rio da Folha de S.Paulo; Ricardo Kotscho, vindo especialmente de São Paulo; Marcelo Auler, da sucursal do Estadão; Maurício Azêdo, Presidente da ABI, e sua mulher, Marilka Azêdo.

A partir daí, os convidados permaneciam de pé, dançando e cantando, ou se acomodavam em mesas trazidas às pressas. Chegaram os Deputados Ronaldo César Coelho e Márcio Fortes; os chargistas Chico Caruso e Jaguar; os jornalistas Rui Xavier, Diretor da Brasil Telecom; Andréa Gouveia Vieira, Vereadora do Rio de Janeiro; Elaine Maciel, colega de Ancelmo na turma de bacharéis em Jornalismo da Faculdade de Comunicação Hélio Alonso (Facha) na segunda metade dos anos 70; Dácio Malta, colega de Ancelmo no Jornal do Brasil e Conselheiro da ABI; Teresa Cruvinel, Presidente da TV Brasil; Artur Xexéo, editor do Segundo Caderno do Globo; e George Vidor, colunista do Globo e comentarista econômico da GloboNews. Juntavam-se assim aos amigos de Ancelmo que primeiro chegaram ao Estrela da Lapa, como o cineasta Luiz Carlos Barreto e sua mulher, a produtora cinematográfica Lucy Barreto.

No palco sucediam-se as revelações de talentos, como o da dupla Marceu Vieira, da equipe da coluna de Ancelmo Gois, e Tuninho Galante, que impressionaram pela qualidade de seus sambas, em linha melódica que denuncia a influência de Paulinho da Viola, e pela originalidade das letras. Forte impressão causaram também o conjunto Sururu na Roda, com duas violonistas e dois percussionistas, que anunciaram o lançamento de seu terceiro CD — com certeza, digno de ser comprado, pelo visto no espetáculo — e outro dos compositores da redação da Rua Irineu Marinho, o jornalista João Pimentel, o Janjão, que a platéia festejou com palmas. Compositor do Bloco Imprensa que eu Gamo, antigo Bloco da Imprensa, e celebrado pela irreverência nas músicas e nos poemas, Janjão recitou uma de suas criações antes de cantar. Era a descrição do romance entre Madalena e Jesus, com beijo e troca de carinhos, tudo esclarecido nos últimos versos: ela era Maria Madalena da Silva, modista; ele, Jesus Vasconcelos, cirurgião-dentista. 

Logo se adensou a multidão de convidados, com a chegada de oiutros companbheiros de Ancelmo em O Globo, no Jornal do Brasil e em publicações da Editora Abril,  como Veja. Chegaram Alfredo Ribeiro, conhecido  do grande público pelo pseudônimo com que assina suas deliciosas crônicas: Tutty Vasques; Flávio Pinheiro, colega de Ancelmo na Abril e no Jornal do Brasil; Mário Sérgio Conti, Editor da revista Piauí e antigo Diretopr de Veja ao tempo em que Ancelmo trabalhava na revista; Arthur Dapieve; Márcia Vieira, antiga integrante da equipe da coluna Ancelmo, atualmentre na Sucursal Rio da Abril, e seu marido, Fábio Rodriugues; o jornalista e escritor Paulo Roberrto Pires, Diretor Editorial da Ediouro; Oriovaldo Perin; Helena Celestino; Rodolfo Fernandes, Diretor de Jornalismo de O Globo; Ali Kamel, Editor-Executivo dos programas jornalísticos da TV Globo. Frei Betto, também jornalista, não compareceu, mas mandou a Ancelmo uma mensagem que o fez chorar de emoção.  

No segundo andar do Estrela da Lapa perdia-se a conta dos que chegavam e dos que saíam: lá se reuniam os conterrâneos de Ancelmo vindos de Sergipe especialmente para  a festa, entre os quais Wellington Mangueira, que fez a iniciação de Ancelmo na imprensa, como aprendiz de tipógrafo num modesto jornal de Aracaju, e também no Partidão,. de que Wellington se tornou atuante dirigente no Estado. Wellington destacou-se após a derrubada da ditadura militar por uma singularidade: foi o primeiro comunista do País a exercer o  cargo de Secretário de Segurança Pública de um Estado, precisamente Sergipe, no Governo Albano Franco. Ancelmo diividia-se entre o terreo e o segundo andar. para a todos contemplar com o seu carinho.    

Por volta da meia-noite começaram a se apresentar outros ases da insuspeitada companhia artístico-amadorística do Globo, como Angelina Nunes, Flávia Oliveira, Trajano de Moraes e Aluízio Maranhão. Deste último, Ancelmo propalou as virtudes antes que ele subisse ao palco: 

— O Maranhão — disse, com ênfase — é um gênio no violão de seis cordas.