Por Claudia Sanches*
04/11/2015
O Exército israelense fechou, nesta terça-feira (03), a rádio palestina Al Hurria, em Hebron, na Cisjordânia. De acordo com o diretor da Al Hurria, Ayman Qawasmeh, tropas israelenses invadiram a rádio por volta das duas da madrugada, destruindo equipamentos e confiscando transmissores.
Os militares acusaram o veículo de incentivar ataques com armas brancas e divulgar informações falsas para incitar a violência na região.
Qawasmeh argumenta que a ação é uma clara e violenta agressão à mídia Palestina : “Não incitamos nada, apenas reportamos os crimes diários de Israel contra nosso povo. Eles querem calar nossa voz”.
Autoridades israelenses alegam que a última onda de ataques foi iniciada em uma campanha palestina de mentiras e incitação. Os palestinos a atribuem a quase meio século de frustração com a ocupação israelense, iniciada em 1967.
Segundo a AFP, a Al Hurria foi fundada em 2002 pelo Fatah, movimento dirigido pelo presidente palestino Mahmud Abbas. Então localizada na Faixa de Gaza, a sede foi transferida para Hebron, depois que islamitas do Hamas tomaram o poder no território palestino em 2007.
A violência na região se intensificou no mês passado, quando registrou, ao menos, 69 mortes. Os ataques começaram na Cidade Velha de Jerusalém, onde se encontra a Esplanada das Mesquitas. O confronto, porém, espalhou-se para a Cisjordânia e aumenta os temores de uma nova intifada.
*Fonte: Agências Internacionais e Folha de S.Paulo