11/03/2025
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro convocou através de edital, da Comissão de Eleição, de acordo com seu Estatuto, eleição para nova Diretoria, amplamente divulgada para seus associados. De acordo com o prazo, nenhuma chapa foi apresentada. Além disso, foi convocada então uma assembleia para definição desta situação com a proposta de prorrogação do mandato até a convocação da próxima eleição. Na ocasião, o presidente apresentou um relatório detalhado sobre a situação financeira do Sindicato.
Na última assembleia online, a Diretoria foi surpreendida com a participação de um grupo de jornalistas, a maioria não sindicalizada, propondo a intervenção no Sindicato e a fusão com o Sindicato do Munícipio do Rio de Janeiro, proposta que foi rejeitada na gestão anterior. O que causa estranheza é que a maioria deste grupo intervencionista nem é sindicalizada, nunca participou de encontros, reuniões e assembleias do Sindicato e, agora, aparece como salvador da Pátria.
A alegação de que houve postergação na convocação de uma nova assembleia, não é verdade. Além de problemas administrativos, tivemos vários problemas pessoais. Ano passado, nosso advogado ficou três meses internado e, recentemente, a nossa secretária, Silvia, teve sérios problemas pessoais com mortes em doenças na família, como ainda está num processo delicado para trabalhar.
Num recente encontro da Fenaj online, vários presidentes mostraram problemas sérios em seus sindicatos no País. O grupo intervencionista parece ignorar ou ignora que a Fenaj também está com a conta bloqueada e todos sindicatos tiveram dificuldade na entrega da carteira da Fenaj, pelo atraso que ocorria na emissão de carteiras. O grupo também ignora que o Sindicato do Município do Rio também está com várias ações trabalhistas. E, é preciso deixar bem claro que não há nenhuma critica à Fenaj, nem ao Sindicato do Município do Rio, mas apenas uma reflexão sobre a realidade sindical.
O grupo intervencionista ignora também a pandemia e o fim da taxa sindical, que gerou e aumentou as crises nos sindicatos no Brasil. O nosso Sindicato (SJPERJ), com todos os problemas, sempre esteve ativo e não foram poucos os encontros na Baixada Fluminense, em universidades públicas como a UFF e privadas no interior do Estado. Na Universidade Fluminense foi conversada a possibilidade da UFF criar uma faculdade de Jornalismo na Baixada Fluminense que ainda está sendo avaliada. Tivemos também ampla participação nos congressos e ações da Fenaj, inclusive na campanha pelo Diploma, em Brasília, com os deputados, campanhas de fortalecimento da classe, campanha de anistia para associados, e outras.
O Sindicato tem participado de todas ações e campanhas da Fenaj “Em defesa do Diploma”, do Meio Ambiente, do Controle das plataformas, contra a violência aos jornalistas, entre outras como: Definição do piso de R$ 2.500,00 no interior do RJ; Notificação ao Ministério Público sobre o concurso de Barra Mansa para jornalistas com salário menor que o mínimo; várias notificações ao Ministério público em defesa de jornalistas demitidos do Jornal O Fluminense; Defesa e apoio a vários jornalistas ameaçados e agredidos no interior
Ao longo do nosso mandato, criamos Delegacias em todas as regiões do Estado, inclusive na Baixada Fluminense. Cada delegado tem atuado em defesa da classe. Na Baixada já foram feitos vários encontros e está em estudo a criação de uma Sub-sede do Sindicato na Nova Iguaçu. Uma jornalista, que assina o manifesto pedindo intervenção no Sindicato, antes de ser Diretora sofreu várias ameaças na sua cidade. Ao tomarmos conhecimento, foi convidada a ser Diretora para seu fortalecimento e não perder o emprego, o que ocorreu efetivamente. Depois, para fortalecermos ainda a sua posição, foi convidada para ser Delegada na Região.
Neste caso, o Sindicato (SJPERJ) fez denúncia por escrito ao prefeito da cidade, ao presidente da Câmara e a um vereador que a perseguia; tudo em sua defesa! Apesar disso, esta Diretora raramente participou de uma reunião de Diretoria e de Assembléia, desde que se filiou, e não paga o Sindicato. Nunca apresentou uma proposta para melhoria das ações sindicais, e agora assina essa carta publicada no jornal da ABI.
Na Carta do Estado do Rio de Janeiro, elaborada no Encontro Estadual que ocorreu em Niterói, o Sindicato pontuou, além da violência contra os (as) jornalistas, foi colocada a situação financeira, agravada pela pandemia, que levou ao fechamento dezenas de jornais impressos tradicionais e rádios, provocando demissões em massa; a onda de violência contra profissionais de Imprensa; a disseminação, sem critérios, do exercício da profissão de jornalista, de blogs na Rede, assim como a contratação de assessores de Imprensa sem qualificação; e o aviltamento de salários, até por concursos, por algumas prefeituras.
No Congresso em Niterói, os Jornalistas repudiaram também os ataques contra a EBC e a generalização de registros de jornalistas no País, feitas sem definições de critérios, que já ultrapassam a 20 mil. O Sindicato também, reafirmou seu compromisso com o resgate do diploma universitário para o exercício da profissão, entendendo que a cassação do diploma foi um retrocesso à pré-história da Informação.
Os jornalistas no Congresso do SJPERJ defenderam também que duas questões precisam ser ressaltadas: os desmontes das políticas públicas no País da Educação e do Meio Ambiente. As atuais políticas públicas vão na contramão da Ciência, do Conhecimento, das tendências e ações mundiais a favor da vida, da natureza, dos animais, da preservação dos mares, dos rios e povos das florestas, dos indígenas, enfim do desenvolvimento sustentável.
Os Congressistas também criticaram a precarização da profissão de Assessor de Imprensa no interior do Estado do Rio de Janeiro, com nomeações de pessoas sem a mínima qualificação e aprovaram que seja feita uma campanha junto às repartições públicas , Prefeituras, Câmaras e Judiciário, para que nomeiem jornalistas diplomados para o exercício de Assessoria de Imprensa e que abram concursos públicos para esta categoria, exigindo no edital que sejam jornalistas diplomados na área de Comunicação Social. O Estado do Rio de Janeiro, além da violência contra os jornalistas e a situação financeira agravada pela pandemia, levou ao fechamento dezenas de jornais impressos tradicionais e rádios, provocando demissões em massa.
Entre outras ações, O Sindicato fez várias defesas de jornalistas e denúncias ao Ministério Público contra o Fluminense, por falta de pagamento de jornalistas demitidos, e ao jornal São Gonçalo, entre outros veículos do interior. O Sindicato fez também denúncia ao Ministério Público contra a prefeitura de Barra Mansa por fazer concurso para jornalista com salário menor que o mínimo profissional. Foram várias denúncias e apoio a colegas vítimas de preconceitos, agressões homofóbicas e raciais interior do Estado. O Sindicato fez ainda acordos coletivos, via convenção da categoria de Rádios e TVs. E está em aberto a convenção de Jornais e revistas por falta de com quem dialogar, no campo empresarial.
Há meses, o Sindicato está realizando o Fórum da Memória do Jornalismo Fluminense, com apoio da Fundação de Arte de Niterói, com a perspectiva de edição de um livro. Este trabalho já ouviu diversos jornalistas que fizeram história no Estado e no País. Também participamos de uma audiência pública, organizada pelo deputado Carlos Minc em defesa e regularização das TVs e rádios comunitárias.
Em relação à proposta de fusão dos dois sindicatos, embora, já tenha sido rejeitada em outra Diretoria, consideramos que, anunciar publicamente sem conversar com a Diretoria do Estado do Rio, me parece ultrapassar os limites legais e da boa convivência. Não é uma assembleia que vai decidir esta proposta mas uma ampla pesquisa feita tanto pelo Sindicato do Rio, como do Estado do Rio de Janeiro. É bom lembrar, no entanto, o que foi a fusão, que deixou Niterói e o Estado do Rio como terra arrasada.
Neste sentido, o documento panfletário publicado agora no jornal da ABI, distorce fatos. Com todos os problemas que temos, o Sindicato está ativo, atende e defende os jornalistas associados e os novos que procuram o Sindicato. O Sindicato atua em defesa dos jornalistas e seus associados, da democracia, da legitimidade das urnas e do nosso Estatuto. Continuamos abertos ao diálogo, mas repudiamos atos oportunistas e golpistas.
Mário Souza – Presidente